terça-feira, 7 de abril de 2015

Os Três Pontos

O costume de colocar três pontos após a assinatura de um maçom, aparece pela primeira vez em 12 de Agosto de 1774 em uma circular do Grande Oriente da França comunicando um novo valor da anuidade e a mudança de local.
Esta forma de escritura, que teria como objetivo principal ocultar a compreensão de textos do entendimento de profanos, não tem sido exclusividade dos maçons; na Corte Pontifícia de Roma existia um tribunal denominado “Tribunal da A C" que era escrito justamente com as letras A e C seguidas de três pontos. Para uns era interpretado como Augusta Consulta, para outros Auditoris Curea e, inclusive, Auditor Camarae.
Esta situação é, até certo ponto, comum em sistemas religiosos ou filosóficos, em que um símbolo ou ensinamento é adotado indistintamente por uns ou por outros.
Acontece com a escada de Jacó; a cruz adotada pela Igreja Católica alguns séculos depois da morte de Jesus; o Ternário, comum, praticamente, a todas as religiões, o avental, usado por todas as importantes religiões e mistérios antigos nas cerimónias de iniciação, etc.
Se é certo que o maçom deve orgulhar-se de usar os três pontos na sua assinatura, ela não constitui uma obrigatoriedade, considerando que haverá certos casos em que por razões políticas, profissionais, familiares, etc. O maçom poderá ter a necessidade de não manifestar abertamente sua condição de tal.

O significado simbólico dos três pontos está, evidentemente, relacionado com o Ternário e como todos nos sabemos, o significado é variado e abrange todos os símbolos relacionados com o número três. O primeiro ponto é a origem criadora de tudo o que existe, o Uno, o Princípio Fundamental, a Unidade, é Deus. Os dois pontos inferiores são a Dualidade, são gerados pelo primeiro ponto e, se juntarem, voltam a ser a Unidade, da qual tiveram nascimento. O ponto superior corresponde ao Oriente em Loja, que é o mundo Absoluto da Realidade, é o Delta Sagrado, e os dois pontos inferiores correspondem ao Ocidente, ou seja o Mundo relativo, o domínio da Aparência, são as duas colunas, como mais um emblema da dualidade. 

quinta-feira, 2 de abril de 2015

A Maçonaria e a Ética

Desde sempre que a Ética está, indissoluvelmente, ligada à Maçonaria. Trata-se de um conceito estrutural, básico, muito caro a todos os Maçons, na sua qualidade de homens “livres e de bons costumes”.

A palavra "ética" tem a sua origem no termo grego ἠθικός (ethikos), identificando aquilo que pertence ao ἦθος1 (ethos), ou seja, ao "bom costume", "costume superior" ou "portador de caráter".
O conceito abrange os princípios, ou fundamentos, da natureza das ações e pensamentos humanos sem formular atitudes, ou regras de conduta, precisas e fechadas.
Chamada por muitos de filosofia da moral, a Ética é caracterizada por se tratar de um pensar reflexivo dos princípios ou fundamentos que determinam os valores e as normas que governam a conduta humana.
Assim, enquanto a moral tem por base a obediência a costumes e hábitos recebidos, a Ética procura fundamentar as suas ações morais exclusivamente pela razão.
O Maçom, além de ser um exemplar cumpridor da lei, respeitador da moral, deverá buscar, de forma ativa, orientar toda a sua vida através de princípios éticos, consciente do teor do terceiro Landmark, que descreve a Maçonaria como “uma Ordem, à qual só podem pertencer homens livres e de bons costumes”.