Giacomo Casanova de Seingalt (1725-1798), o célebre aventureiro veneziano do século XVIII, teve o seu texto “História da Minha Vida” deturpado quando de sua publicação no século XIX. Mas em 1960 o texto original foi publicado na França, surgindo então seu verdadeiro pensamento, pleno de psicologia e perspicácia.
Conquanto não possa ser citado como modelo de virtude nem como exemplo de maçom, reproduzimos a seguir suas interessantes observações sobre o Segredo da Maçonaria:
"Os homens que se fazem receber maçons apenas com a intenção de conseguir o conhecimento do segredo da Ordem, correm grande risco de envelhecer sob a colher de pedreiro sem jamais atingir a meta que se propõem. Há no entanto um segredo, mas que é tão inviolável por sua própria natureza que nunca foi confiado a ninguém. Aqueles que param na superfície das coisas pensam que o segredo consiste em palavras, sinais e toques, ou que finalmente a grande palavra está no último grau. Erro.
Aquele que adivinha o segredo da Maçonaria, visto que só será conhecido se for adivinhado, só chega a este conhecimento por muito frequentar as Lojas, por muito refletir, raciocinar, comparar e deduzir. Quando chega a ele, evita participar a sua descoberta a quem quer que seja, mesmo a seu melhor amigo maçom, pois, se o último não teve o talento de penetrá-lo, tampouco terá o de aproveitá-lo depois de conhecê-lo oralmente. Esse segredo será, portanto, sempre um segredo.
Tudo o que se faz na Loja deve ser secreto, mas aqueles que, por uma indiscrição desonesta, não tiverem escrúpulos de revelar o que nela foi feito, não revelaram o essencial. Como eles poderiam revelar, se nada sabem? Se soubessem, não falariam das cerimônias."
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