segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Origens da Maçonaria


Na antiga biblioteca do Museu Britânico existe um documento publicado em 1840 e descoberto por Halliwell. 

É do seguinte teor: 

“Que o Todo Poderoso Deus Eterno proteja nossos trabalhos e nos conceda a graça de governarmos de tal modo que possamos conformar-nos nesta vida com os seus desígnios e que obtenhamos, depois, de nossa morte, a Vida Eterna. 

Queridos Irmãos e Companheiros. Iremos contar-vos de modo claro e sucinto como começou esta importante Arte, como mereceu a proteção dos grandes Reis e dignos Príncipes, e de outras muitas e muitas respeitáveis pessoas. 

Também queremos vos dar a conhecer, aos que desejam, os deveres que todo fiel Maçom está em consciência obrigado a cumprir. 

Há sete ciências livres: a Gramática, a Retórica, a Dialética, a Aritmética, a Geometria, Música e a Astronomia, fundadas todas numa só ciência: a Geometria, por meio da qual o homem aprende a medir e a pensar, o que se torna indispensável aos mercadores de todas as corporações. 

O princípio de todas as ciências foi descoberto pelos filhos de Lamec: Jabal, o maior, descobriu Geometria; e Tabulcain, a arte de forjar. 

Para que os seus prodigiosos descobrimentos não se perdessem e passassem à posteridade, os “escreveram” em pilares de pedra. Hermes, encontrou um deles e, estudando as indicações que continha em seguida ensinou a outros o que havia aprendido. 

Na época da edificação da Torre de Babel, a arte de construir fez com que a Maçonaria começasse a adquirir importância e o próprio rei Nemrod se fez maçom e demonstrou grande predileção por essa arte e construiu Nínive e outras cidades.

Nemrod enviou trinta maçons ao estrangeiro a quem fez recomendações especiais: sede fiéis uns aos outros; amai-vos sinceramente e servi com fidelidade aos que tenham autoridade obre vós; para que deste modo me honreis a mim, que sou vosso amo e vos honreis também a vós mesmos. 

Posteriormente, quando Abraão e sua mulher foram para o Egito, ensinaram um discípulo,  Euclides,  que se distinguiu especialmente nesses estudos. 

Euclides chegou a ser mestre nas sete ciências; ensinou geometria e ditou uma regra de conduta nos seguintes termos: 

“Em primeiro lugar, deviam ser fiéis ao Rei e ao país a que pertencessem; amar, ser fiéis entre si; darem-se o nome de Irmãos e de Companheiros, elegendo para Mestre(1)o mais sábio, sem levar em conta, para essa eleição, amizade particular, as condições de nascimento e riqueza, senão dotes de sadedoria e prudência. 

Todos se obrigavam sob a fé do juramento a observar todas essas prescrições.” 

Muito tempo depois, o rei Davi empreendeu a construção de um Templo que se chamou o Templo do Senhor, em Jerusalém. Amava muito aos maçons e lhes comunicou os regulamentos e os usos que Euclides lhe havia transmitido. 

Morto Davi, Salomão, seu filho, terminou a construção do Templo. Enviou maçons a diversos países e reuniu quarenta mil obreiros na pedra, a quem chamou, também, maçons; dentre esses escolheu três: mil que foram chamados Mestres e diretores dos trabalhos. 

Também existia naquele tempo, e em outro país, um rei a quem os seus súditos chamavam de Hiram, o qual forneceu a Salomão as madeiras para a construção do Templo. 

Salomão confirmou os regulamentos e costumes que seu pai havia introduzido entre os maçons, de modo que a arte da Maçonaria afirmara-se no país e em Jerusalém, bem como em muitos Reinos e Estados. Membros inteligentes dessas associações viajavam para o estrangeiro para se instruírem e ensinarem; deste modo, um deles, Minus Mannou Gracus, foi à França e estabeleceu lá a Maçonaria. 

A Inglaterra não desfrutou deste gênero de Instituição, a não ser após Santo Albano. Até essa época o rei da Inglaterra, que era pagão, cercara com uma muralha a Cidade de Santo Albano, confiando ao Santo a direção da obra. 

Santo Albano retribuiu com bom salário aos maçons e obteve do Rei, para eles, carta de franquia que lhes permitia reunirem-se em assembléia geral. 

Presidiu a recepção de novos maçons e lhes ditou regulamentos para sua ordem e governo. Pouco depois da morte de Santo Albano, várias nações estrangeiras lançaram- se em guerra contra a Inglaterra, de modo que, pouco a pouco, esses regulamentos deixaram de vigorar até o reinado do rei Atelatan. 

Este monarca era um príncipe digno; pacificou seu reino e ordenou a edificação de numerosas abadias, de muitas cidades e de outros grandes trabalhos, e que queria muito aos maçons. Porém, seu filho Edwin, que praticava com entusiasmo a arte da Geometria, os favoreceu mais ainda, sendo recebido maçom, obtendo do Rei, seu pai, uma carta de franquia e a autorização de convocar cada ano, a todos os maçons para comunicarem-se reciprocamente as faltas que houvessem cometido bem como as transgressões e castigá- las. O mesmo presidiu em York uma dessas assembléias. 

Recebeu novos maçons, deu-lhes regulamentos e estabeleceu costumes.

Na reunião das assembléias convidou a todos os maçons, tanto aos novos como aos antigos, a comunicarem aos seus companheiros o quanto soubessem acerca dos usos e obrigações impostos aos maçons, no país e no estrangeiro e outras partes do Reino. 

E quando, para responder à solicitação de se apresentarem por escrito os pedidos, encontraram-se alguns em francês, outros em grego, inglês e outras línguas que convinham e eram idênticos a respeito dos objetivos que os inspiravam. 

Edwin os reuniu todos em um só livro. E ele, no livro, dizia como se tinha realizado essa descoberta. Recomendou e ordenou que esse livro fosse lido e comentado cada vez que se recebesse a um novo maçom e antes de lhe fazer conhecer as obrigações que lhe impunham. Desde então, até nossos dias, os usos e práticas dos maçons se têm conservado sob a mesma forma, nos limites do poder humano. 

Em diversas assembléias se estabeleceram leis e ordenações necessárias e úteis, segundo a opinião dos Mestres e dos principais Companheiros.” 

“Aprendiz, Simbolismo do Primeiro Grau” - Rizzardo da Camino

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