domingo, 26 de maio de 2019

Ordem da Estrela do Oriente


Organização Paramaçônica criada em 1850, pelo Maçom Robert Morris (advogado e Grão-Mestre do Estado de Kentucky – EUA). 

Tem como propósitos através de seus trabalhos ritualísticos, ressaltar valores morais, espirituais, edificar caráter, educar, fazer caridade e servir ao próximo. Existe entre seus membros um profundo elo fraternal, muito amor o que aproxima uns dos outros fazendo-os cada vez mais queridos entre si, sendo um privilégio poder servir seu próximo sempre que for preciso e possível. Um dos grandes propósitos das Estrelas do Oriente é dar suporte a Ordem Rainbow Girls (Garotas Arco-Íris), preparando-as para uma vida de liderança dentro dos valores das Estrelas do Oriente.

Nestes 160 anos de existência, a Ordem tem se destacado por suas inúmeras obras de assistência, colocando-se como um alicerce social junto às Lojas Maçônicas.

A Estrela do Oriente tem como propósito: através dos seus trabalhos ritualísticos:

Educar;

Edificar caráter;

Ressaltar valores morais e espirituais;

Fazer caridade e servir ao próximo;

Dar suporte a “Ordem Internacional das Filhas de Jó;

” Não é uma religião e nem uma sociedade feminista.”

As reuniões do Capítulo são mensais e, obrigatoriamente, acontecerão em um Templo Maçônico ou Salas  Capitulares, pois a Ordem necessita ser apoiada por uma Loja Maçônica. No entanto, o apoio será restrito ao que diz respeito às instalações. Por se tratar de uma Ordem de adultos, o Capítulo se mantem por conta própria. Para formar um Capítulo é preciso 18 membros sendo 16 senhoras e 2 Mestres Maçons, patrocinada por uma ou mais Lojas Maçônicas regulares. 

A Ordem, desde sua fundação, cresceu muito e hoje existe em vários países. Estados Unidos (inclusive Alasca), França, Inglaterra, Itália, Espanha, Alemanha, México, Panamá, Filipinas, Japão, Porto Rico, Havaí, Austrália, Canadá, por exemplo. Conta com aproximadamente 1.200.000 membros.

Chegou ao Brasil, no Rio de Janeiro, em agosto de 1997 quando foram instalados quatro Capítulos. Hoje, no estado de São Paulo, existem mais de 40 Capítulos, além de Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Espírito Santo…
Quem pode ser iniciado?
Podem ser iniciados no Capítulo da Estrela do Oriente, esposas, filhas, noras, mães, irmãs, netas, bisnetas e viúvas de Mestre Maçom que esteja regular com sua Loja Maçônica e Maçom que esteja regular em uma Loja. A idade mínima para poder ser iniciada é de 18 anos.

Os principais requisitos para ser uma Estrela do Oriente são:

– Crer em um Ser Supremo;

– Ter boa conduta moral;

– Ter consciência de bom relacionamento de amizade, fidelidade e irmandade para que a Ordem possa fluir com harmonia.

A Maçonaria honra-lhe com o indispensável patrocínio e lhe imprime as regras de ingresso e convivência, assim como a disciplina e a ética.

domingo, 12 de maio de 2019

Mestre Instalado não é grau


Em 12 de Outubro de 1804, foi criado em Paris o Supremo Conselho da França, o segundo no
mundo, para difundir na Europa o Rito Escocês Antigo e Aceito.
Concebido, inicialmente, como Rito para Altos Graus, chegou aos Estados Unidos sem ritual próprio para os graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre. No dia 22 de Outubro, uma Assembleia Geral do Supremo Conselho da França fundou, também em Paris, a Grande Loja Geral Escocesa para organizar o ritual francês das Lojas Azuis (Blue Lodges) do Rito Escocês Antigo e Aceito (ainda não tinha sido cunhado o termo simbolismo para os três primeiros graus), tendo por base o Rito Antigo Aceito, praticado pela Grande Loja de Londres de 1751, a Grande Loja dos autoproclamados “antigos” maçons.

Na França, o Grande Oriente tinha como rito oficial, o Rito Escocês dos Modernos, ou Rito Francês, semelhante ao rito praticado pelas Lojas da Grande Loja de Londres de 1717, a primeira Grande Loja no mundo e denominada, pejorativamente, pelos seus adversários, como sendo dos “modernos” (os que inventaram ritual novo).

Quarenta dias depois, um acordo entre Grande Oriente e Supremo Conselho viabilizou a prática do Rito Escocês Antigo e Aceito dentro do Grande Oriente da França.

Começo da conturbada trajectória dos graus simbólicos do R E A A

O Grande Oriente fez misturas entre os dois ritos, em vários graus, principalmente porque praticou o Rito Escocês Antigo e Aceito no seu templo adornado para o Rito Francês.
No ano seguinte, 1805, os maçons do Supremo Conselho afirmaram que o Grande Oriente tinha violado o acordo.
Retiraram-se do Grande Oriente e passaram a trabalhar sozinhos. Por carência de membros preparados adequadamente, o Supremo Conselho, junto com a Grande Loja Geral Escocesa, ambos liderados pelo conde Alexandre de Grasse-Tilly,  e convidaram Oficiais do Grande Oriente para dirigirem os Altos Graus.
Esses maçons oriundos do Rito Francês, não conheciam bem o Rito Escocês Antigo e ainda, muitos, desdenharam o direito do Supremo Conselho comandar o Rito, em França.
Sob o abrigo do primeiro Grão-Mestre Adjunto, o Príncipe Cambaceres, que tinha aceito ser Grão-Mestre de cada um dos sistemas escoceses, ou mesmo, a presidência de honra, a Grande Loja Geral Escocesa e o Supremo Conselho entregaram-se com intensidade a toda a atividade que as suas lideranças puderam realizar.
No entanto, o Grande Oriente manteve com vigor o funcionamento do Rito Moderno e, ao mesmo tempo, lutou, ostensivamente, contra as tentativas das diversas autoridades do Supremo Conselho e da Grande Loja, de fazerem firmar-se o Rito Escocês Antigo e Aceito, como fora inicialmente organizado.

O esfacelar do Supremo Conselho e do R E A A na França

O período não estava favorável ao novo rito, surgindo como agravante às pretensões do Supremo Conselho, a queda do governo francês, em 1814.

Em 1804, quando o R E A A chegou à França, Napoleão Bonaparte fora coroado Imperador e teve promulgado o código civil napoleónico.

Em 1814, Napoleão foi derrotado pelos aliados formados por Inglaterra, Rússia, Áustria e Prússia.  Napoleão exila-se em Elba.

O Grande Oriente, pela sua força política, não teve que cessar totalmente as atividades, mas o Supremo Conselho e a Grande Loja Geral Escocesa sofreram com a resistência que enfrentavam do Grande Oriente e pouco realizaram. O Rito Escocês Antigo e Aceito praticamente desapareceu na França, nesse período.

Outro fator que muito contribuiu para o enfraquecer do rito foram as divergências entre os próprios integrantes, divididos em Supremo Conselho da França e Supremo Conselho da América.

A história dessas divergências internas mostra que não houve unidade no Supremo Conselho francês, além de mal estruturado, para enfrentar a campanha do Grande Oriente.

O resultado foi a decisão do Grande Oriente, em 1814, declarando, unilateralmente, que, em virtude de diferentes acordos datados de antes e depois da revolução francesa, ele retomava todos os direitos sobre os ritos Moderno e Escocês Antigo e Aceito.

Primeira ideia de loja capitular

Em 1816, o Grande Oriente assumiu a jurisdição de parte do Rito Escocês Antigo e Aceito, decidindo que ficaria com o poder sobre o conjunto dos graus 1º ao 18º. Esta escolha baseou-se na intenção de dirigir o Rito Escocês Antigo e Aceito na mesma abrangência simbólica que já fazia com o Rito Moderno, ou seja, do grau de Aprendiz ao Rosa-Cruz.

No Rito Moderno, a Rosa-Cruz é o 7º e no Escocês Antigo, o 18º. Em 1820, o Grande Oriente organiza um ritual do R E A A voltado para o funcionamento sequencial do grau de Aprendiz ao grau Rosa-Cruz.

A este conjunto de graus, sob a mesma direcção, foi atribuída a denominação de Loja Capitular, presidida preferencialmente por um Cavaleiro Rosa-Cruz.

O termo Simbolismo

Com o surgir das Lojas Capitulares em França, a denominação Lojas Azuis desapareceu, passando a ser empregado o termo “simbolismo” para representar o conjunto de graus – Aprendiz, Companheiro e Mestre – dentro da então, nova concepção obediencial no Rito Escocês Antigo e Aceito: Lojas Simbólicas, Lojas de Perfeição, Capítulos (obedientes ao Grande Oriente da França), Conselhos Kadosh, Consistórios, Supremo Conselho (obedientes ao Soberano Supremo Conselho do Grau 33).

Da França, o Rito Escocês Antigo e Aceito foi difundido para os países de língua latina, em maioria. Os países anglo-saxônicos, no entanto, não se submeteram às decisões do Grande Oriente da França e seguiram o modelo inicial.

O Supremo Conselho norte-americano continuou administrando o Rito Escocês Antigo e Aceito dos graus 4 ao 33, servindo-se das Lojas Azuis americanas, obedientes às Grandes Lojas, para perfazer o total de 33 graus.

As lojas capitulares no Brasil

O Supremo Conselho fez tratado de condomínio com o Grande Oriente do Brasil nas condições definidas na França: o GOB assumiu os graus 1º ao 18º, constituindo as Lojas Capitulares e o Supremo Conselho os graus 19º ao 33º. Esta estrutura permaneceu até 1927, quando o Supremo Conselho renunciou ao tratado com o Grande Oriente do Brasil e recuperou o seu poder sobre o Rito, do grau 4º ao 33º, reencontrando-se com o que acontecera em 1801, em Charleston, nos Estados Unidos.

A tendência mundial entre os Supremos Conselhos com reconhecimento mútuo, no início do século vinte, era de padronizar a divisão: graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre com jurisdição de Grandes Orientes ou Grandes Lojas e os 30 graus superiores com jurisdição dos Supremos Conselhos.

Rituais descaracterizados do simbolismo

Devido à ruptura do tratado com o Grande Oriente do Brasil, o Supremo Conselho do Brasil providenciou a criação das Grandes Lojas estaduais, que tiveram a incumbência de organizarem e coordenarem a prática dos graus simbólicos do Rito Escocês Antigo e Aceito. Nessa oportunidade, o Supremo Conselho repetiu o que já acontecera em 1820, na França, deixou o simbolismo atirado à sua desventura funcional, com ritualismo confuso provocado ora pelas influências do Rito Moderno, ora dos Altos Graus do próprio Rito Escocês Antigo e Aceito.

As modificações produzidas pelo Grande Oriente da França, em 1820, com o ritual que criou as Lojas Capitulares, não foram desfeitas, sendo incorporadas aos graus simbólicos do rito, definitivamente.

Oriente elevado e com área delimitada

O piso do templo no ritual de 1804 é plano em toda a sua extensão. As colunas do norte e do sul estendem-se de oeste a leste. O Oriente é constituído pelo Venerável Mestre, que fica no Trono num plano elevado.

Não havia área demarcada do Oriente, como conhecemos hoje. O fundo do Oriente era um semicírculo e todos os Irmãos presentes, inclusive Oficiais, estavam incluídos numa das colunas; norte ou sul. A excepção fazia-se quando da presença de autoridade maçónica, dos Altos Graus do Rito ou de outros Ritos.

Nessa ocasião, o Venerável Mestre mandava sentar próximo e abaixo do Trono, acompanhando a curvatura da parede de fundo, de frente para o oeste.

O tratamento era pessoal, sendo concedida a palavra nominalmente, após a mesma circular nas colunas, por iniciativa do Venerável Mestre, sem, contudo, anunciar a palavra no Oriente, como presentemente.

O Oriente elevado, em comparação com o restante do templo, surgiu com as Lojas Capitulares, em França, no ritual de 1820.

Um terço da área do templo foi cercado por uma balaustrada com uma abertura no centro para a passagem dos Irmãos, que separou Oriente do Ocidente.

O acesso ao Oriente dá-se através de quatro degraus. O Oriente elevado e cercado foi idealizado para simbolizar o Santuário do Grau Rosa-Cruz, onde está a direcção da Loja, representada pelo Sapientíssimo Príncipe Rosa-Cruz.

Os Irmãos iniciados no grau 18º e acima, sentam-se no Oriente durante o desenvolvimento dos trabalhos da Loja.

Oriente proibido para Aprendizes e Companheiros

Durante o período em que os graus simbólicos estiveram incluídos na sequência ininterrupta até o 18º das Lojas Capitulares, os Aprendizes e Companheiros não têm permissão para ingressarem no Oriente.

Nessa fase, os maçons ainda aspirantes ao grau de Mestre, não desempenham cargos ritualísticos.

Nas cerimónias de Iniciação nos dois primeiros graus, Aprendizes e Companheiros não subiam ao Oriente, como se faz presentemente.

Nessa etapa, o Sapientíssimo Mestre descia do Oriente e lhe era apresentado o candidato no Ocidente, junto aos degraus de acesso ao Oriente.

Esse procedimento alerta para o fato de que o Oriente elevado e circunscrito nunca fez parte da ritualística dos graus simbólicos e, portanto, não devia ter permanecido na descrição do Templo, após o desaparecimento das Lojas Capitulares, porque contribuiu para desinformar a respeito do Templo adequado para as Lojas Simbólicas.

Mestres instalados no Oriente dos Cavaleiros Rosa-cruz

Está salientado e explicado que o Oriente elevado em relação ao Ocidente permaneceu indevidamente nos Templos dos graus simbólicos por negligência da orientação dos Supremos Conselhos, a começar pelo da França.

No surgir das Grandes Lojas brasileiras, o Templo das Lojas que se transferiram do Grande Oriente do Brasil, antes ajustado para os graus capitulares, não foi readaptado para o modelo original do Rito Escocês Antigo e Aceito, anterior a 1820, ou seja, o piso plano em toda a extensão.

Não bastasse esta influência capitular no simbolismo do R E A A, foi acrescentada a novidade que viria transformar o R E A A das Grandes Lojas num conjunto de procedimentos que representaram a presença parcial de vários Ritos num.

A figura do Past Master (o Mestre Instalado) da Grande Loja, dentro do R E A A, foi outro lance que, junto com o ritual criado em 1928, deformou ainda mais o R E A A antes conhecido.

A ritualística de Instalação do Mestre de Loja é mais antiga que o grau de Mestre Maçom e faz parte das duas únicas cerimónias formais que os ingleses realizavam desde a época em que foi fundada a primeira Grande Loja, em Londres, em 1717.

A iniciação do profano era feita sem encenações. Tinham maiores formalidades a passagem ao Grau de Companheiro e a posse do Companheiro Eleito na presidência de uma Loja Maçónica. A cerimónia de Instalação faz parte da história cultural da maçonaria inglesa.

Da outra parte, os primeiros rituais das Lojas Azuis (mais tarde, Lojas Simbólicas), do R E A A, em 1804, foram feitos pela Grande Loja Geral Escocesa, com cultura original de carácter operativo.

O cerimonial pomposo para a posse do Respeitável Mestre eleito foi sempre um reflexo da concepção inglesa de Maçonaria Real, não influenciada pelo período operativo.

A Inglaterra não teve Lojas operativas conhecidas. As posses, nas Lojas Simbólicas do R E A A foram em rito mais administrativo.

O surgir da figura do Mestre Instalado no meio do espaço natural entre o Mestre Maçon (Grau 3º) e o Mestre Secreto (Grau 4º), encontrou no Oriente elevado e circunscrito um ótimo local para fortalecer  a nova categoria de Mestre Maçon no R E A A. Não havendo Loja Capitular nas Grandes Lojas brasileiras, o Oriente, lugar antes reservado para os iniciados nos Graus Capitulares, foi ocupado pelos Mestres Instalados.

Com os seus segredos diferentes dos Mestres Maçons, os Mestres Instalados são considerados Mestres Maçons diferenciados e a eles é designado o Oriente elevado, região do Templo também diferenciada em comparação com o Ocidente. Dessa forma, os Mestres Instalados lembram nos graus simbólicos, os Cavaleiros Rosa-Cruz da antiga Loja Capitular.

As Lojas Simbólicas do R E A A que presentemente trabalham em Templo que possui o piso da parte oriental mais elevado, não estão contribuindo para mostrar como foram concebidos os três primeiros graus do R E A A na França, em 1804.

Por outro lado, se estas mesmas Lojas reservam o Oriente para a localização dos Mestres Maçons que têm a dignidade de Mestre Instalado, estão, as Lojas, praticando uma irregularidade ritualística, pois reconhecem uma categoria superior à de Mestre Maçon, mas que não é a do Mestre Secreto.

A superioridade hierárquica do Mestre Instalado sobre o Mestre Maçon está caracterizada e confirmada na cerimónia de Instalação, no momento em que todos os Mestres Maçons não Instalados são obrigados a cobrirem o Templo.

Nessa condição, estão também os Mestres Maçons do R E A A que tenham sido iniciados no grau 4º, 5º, 6º, etc… que não tenham sido eleitos Venerável Mestre.

São tratados como os do grau 3º e não permanecem no Templo, no momento de Instalação do Mestre Maçon eleito para dirigir a Loja.

A dignidade do Mestre Instalado é compatível tão somente com Ritos anglo-americanos, como o Craft e o York, que permitem no ritual a supremacia hierárquica do Mestre Instalado sobre o Mestre Maçon não instalado, embora, oficialmente, a Grande Loja Unida da Inglaterra não reconheça essa supremacia.

O Mestre Instalado não tem lugar no R E A A com 33 graus sequenciais. Serve, sim, para o R E A A que conta apenas 30 graus próprios, embora considere toda a cadeia com 33, como nos Estados Unidos.

O Past Master (Mestre Instalado) do Santo Arco Real

O Ritual Emulação tem uma extensão do terceiro grau, que não é considerada oficialmente um novo grau, chamado Santo Arco Real.

Embora não seja admitido pela Grande Loja Unida da Inglaterra como um grau superior, tem, porém, uma ritualística própria, na qual, em dada passagem, o Mestre Maçon é retirado do Templo e só permanecem os Past Masters.

Não deve o Santo Arco Real inglês ser confundido com o corpo de Graus Superiores do sistema americano, conhecido como Real Arco, que tem vários graus.

A história de que o Santo Arco Real inglês não é um grau, não é assim entendida pela maioria dos maçons ingleses. Esta definição foi imaginada para contentar correntes antagónicas que se debatiam em defesa das suas ideias e crenças ritualísticas, durante as reuniões de negociações que prepararam a união das duas Grandes Lojas inglesas rivais, a dos “modernos” e a dos “antigos”, na Grande Loja Unida da Inglaterra, em 1813.

A Grande Loja Unida, apesar de inflexível na observância dos critérios de reconhecimento de outras Potências Maçônicas, não proíbe, não faz tratados com Obediências dos Altos Graus, não interfere nos assuntos relativos a estes Graus Superiores. Simplesmente, ignora-os.

Os praticantes do Santo Arco Real, surgido por volta de 1751, apregoavam serem detentores dos segredos da palavra sagrada que foi perdida, segundo a lenda do terceiro grau. Isto despertava grande curiosidade naquela época e muitos maçons desejavam ser exaltados no Santo Arco Real.

Para que o ato de união entre as Grandes Lojas inglesas rivais se efectivasse, foi encontrada esta solução que a cultura inglesa demonstrou ter assimilado bem; incluir o Santo Arco Real como um complemento do terceiro grau, mas sem se constituir no quarto grau.

O Santo Arco Real é fundamentado no relato bíblico que descreve o retorno do povo judeu da Babilónia, em 538 a.C. e na antiga lenda surgida durante a construção do quarto Templo, em torno de 400 d.C., que descreve a descoberta de uma cripta, de um altar e da palavra sagrada.

Assim, a estrutura da Franco-maçonaria inglesa considerou, em dado momento da história, 1813, que a Maçonaria Pura e Antiga consiste de apenas três graus, mas que se inclui nesses o Santo Arco Real.

É, verdadeiramente, coisa para inglês ver. Para administrar o Santo Arco Real, os ingleses têm o Supremo Grande Capítulo que concede “Brevê Constitutivo” para a fundação dos Capítulos do Arco Real que funcionam anexos às Lojas Simbólicas inglesas.

A dignidade de Past Master (Mestre Instalado) adotada pelas Grandes Lojas brasileiras tem origem nessa maçaroca inglesa que manteve os quatro graus do Santo Arco Real, todos sob a denominação de um desses graus, o de Past Master, sem considerá-lo grau superior.

O Rito Escocês Antigo e Aceito ganhou, através das Grandes Lojas, uma hierarquia formal entre os graus 3º e 4º, sem considerá-la grau superior ao de Mestre. Foi a continuação da maçaroca.

A.desconhecido

terça-feira, 7 de maio de 2019

Como posso tornar-me Maçom?

Antes de mais nada, o postulante ao ingresso nos quadros da Ordem Maçônica, deve Auto-avaliar-se em busca de valores, costumes, atitudes (interiores), e comportamentos sociais exteriorizados cotejando-os com algumas premissas a seguir apresentadas.

O Candidato deve, portanto, identificar-se com os aspectos a seguir:
Legal:
- ser emancipado e ter completado 18 anos antes da cerimônia de iniciação;
- se engajado em união estável, contar com a concordância da esposa;
- ser um homem integro, ligado e atualizado em relação ao seu tempo;
- ser empreendedor e capaz de assumir responsabilidades;
- ter emprego, residência e domicilio fixos, no Oriente (estado, município) pleiteado;
- suas atividades profissionais devem ser lícitas, não importando o métier;
- esperar encontrar na Loja pleiteada, homens livres, de bons costumes, capazes de realizar obras poderosas em benefício da Humanidade, da Pátria e da Família;

Doutrinário:
- ter religiosidade, melhor do que religião;
- crer em Deus, acima de tudo;
- ter uma idéia clara da virtude e do vício, adotando aquela e rejeitando este;
- estar apto a apreender conhecimentos litúrgicos e filosóficos;
- distinguir entre religião e maçonaria;
- ser respeitado na iniciação, não só pelas características esotéricas, exotéricas e metafísicas do evento, como pelo significado simbólico trazido pelas nossas tradições e regularidade;

Prático:
- apresentar bons costumes;
- ter boa família;
- seguir as leis

Metafísico:
-ser receptivo a idéias;
- estar ideologicamente alinhado com a idéia de Deus;

Da Tradição:
- estar apto; ou pronto, disposto e capacitado, "sponte SUA"

Iniciático:
- creditar respeito ao processo;
- manter o espírito receptivo ("nada lhe será cobrado; tudo será dado");

A admissão à Maçonaria é restrita a pessoas adultas sem limitações quanto a raça, credo e nacionalidade, desde que gozem de reputação ilibada e que sejam íntegros.

Nenhum homem, por melhor que seja, poderá ser recebido na Maçonaria, sem o consentimento de todos os maçons. Se alguém fosse imposto à Maçonaria, poderia ali causar desarmonia, ou perturbar a liberdade dos demais, o que sempre deve ser evitado.

A aceitação do pedido de ingresso na Ordem depende bastante da declaração de motivos do candidato. A Ordem espera que o candidato seja sincero perante sua própria consciência, quando do preenchimento da proposta de admissão.

Quando alguém se candidata a ingressar na Maçonaria, é verificado em sindicância se dispõe de ganhos pecuniários que permitam cumprir os compromissos maçônicos, sem sacrificar a família. Vale dizer que nenhum homem casado poderá entrar para a Maçonaria sem que a esposa esteja de acordo.

É óbvio que, ao se iniciar na Maçonaria, o indivíduo deverá assumir compromissos derivados de participação engajada e responsável nas lide maçônicas. Entre os compromissos e responsabilidades, encontram-se aqueles de estudar, com mente aberta, as instruções maçônicas, bem como, o de considerar denso sigilo sobre os ensinamentos recebidos e contribuir pecuniariamente para a manutenção de sua Loja e sua Obediência. Os compromissos e responsabilidades, a propósito, são do mesmo gênero daquelas encontradas em qualquer associação entre homens.

Ao contrário do "folclore" que alimenta a crença de muita gente, a Maçonaria não é uma sociedade secreta e exerce suas atividades extensivamente, sob o palio da legitimidade de sua natureza e da legalidade de seus atos e fatos administrativos, fiscais e tributários. Suas Propriedades, Constituições, Emendas, Regimentos e Estatutos são registrados em Cartório de Imóveis, Títulos e Documentos, e publicados em Diário Oficial.

Uma vez iniciado, o postulante torna-se Maçom, e, como tal, estará, para todo o sempre, sob constante vigilância de sua própria consciência e dos demais Maçons.

Isso posto, havendo seu interesse em "entrar" na Maçonaria, entre em contato com um Maçom de seu conhecimento ou com uma Loja Maçônica de sua cidade.

Grande Oriente