domingo, 2 de agosto de 2020

Certidão de nascimento da Maçonaria


Para se falar na Origem Documentada da Maçonaria, foi preciso fazer este giro pelos arraiais da Maçonaria Mística. E depois demonstrar que até ao ano 1000, o que servia de proteção, como à Casa e ao Lar do homem – era a Madeira. E que a profissão que predominava e sobressaia, era a de Carpinteiro e Marceneiro. Tanto era verdade, que as primitivas Organizações – as Guildas – eram compostas por homens que praticavam estas duas Antigas Profissões.

Com o advento das Construções de Pedras e Alvenarias, começa a florescer e a se destacar outra profissão – a dos Canteiros, Entalhadores. Isto começou a acontecer a partir do século XII. Grandes quantidades de guerreiros, seguiram na Primeira Cruzada, rumo à Cidade Santa de Jerusalém, que estava nas mãos dos Sarracenos, dos Infiéis. Nas Estradas precárias da Europa, grupos de Salteadores e Bandoleiros cresciam em número e em audácia. As Propriedades do começo do 1° século do 2° milénio, eram atacadas por hordas de famintos e estrangeiros. Daí a necessidade de se erguerem muralhas, fortalezas para proteger os Burgos e os seus proprietários, famílias e servos.

O Cristianismo estava em pleno progresso. Povos e mais povos eram catequizados pelos Soldados de Cristo – isto é, Bispo de grandes capacidades de catequeses. E a Igreja ao receber Reis e a Nobreza, nas suas fileiras, passou a contar, também, com uma ajuda financeira muito grande dos seus novos Fiéis. E com dinheiro faz-se muitas coisas. Então aqueles feios amontoados de madeira sujeitos ao fogo e aos raios e outros fenómenos da natureza, começavam a dar lugar às Grandes Catedrais de Pedras, como mostramos logo no início deste trabalho. Entre os anos de 1100 e 1300, milhares de Igrejas, Catedrais, Mosteiros, conventos, etc., foram erguidos na Europa. Para dar conta de tanto Trabalho, uma leva de homens foi-se especializando na arte de Construir. Uma Arte Antiga, mas pouco divulgada. Essa leva de Profissionais de Pedra, precisava de se organizar. Precisavam de um Estatuto. Precisavam de um espaço só seu. Foi então que Doze Freemasons (Pedreiro especializados em trabalhar na Pedra Franca), liderados por Henry Yevele, é bom guardar bem esse nome – Henry Yevele, nasceu em 1320 e morreu no ano de 1400 – foram até à Prefeitura de Londres, levando um esboço de um Estatuto do Trabalhador da Pedra e, numa audiência com o Alderman (Prefeito) e os Edis, apresentaram o seu esboço de Estatuto, onde se previa, para além da Obediência às autoridades locais, também uma fidelidade (quase canina), ao Rei e à Religião Vigente, e, ainda, um pedido para que as suas reuniões fossem fechadas, sem a presença de pessoas que não estivessem ligadas a ela.

Estes 12 homens saíram dali, do local onde está Igreja, Antiga Guilda – desta Guildhall, no dia 2 de Fevereiro de 1356. É bom repetir – 2 de Fevereiro de 1356.

Aqui está o Berço, o Dia, o Mês e o Ano do Nascimento da Maçonaria Documentada, enquanto não apresentarem outro Documento, confiável, mais antigo. Este Documento que se encontra ainda hoje, na Biblioteca da Prefeitura de Londres, levará a glória e terá o privilégio de ser o Documento Maçónico mais Antigo.

Mas para que não surja ou permaneça nenhuma dúvida, segundo o pesquisador da Quatuor Coronati, o Irmão G. H. T. French:

“O Primeiro Código ou Regulamento dos Maçons da Inglaterra, é datada de 2 de Fevereiro de 1356, quando, como resultado da disputa entre Carvoeiros e Maçons, Pintores, Doze Mestres de uma Obra, representando aquele ramo da Arte de Construir, foram até ao Prefeito e Edis de Londres, na sede da Prefeitura e obtiveram uma Autorização Oficial, para que fizessem um Código e um Regulamento Interno, para a Instalação de uma Sociedade e, acabar, de vez, com a disputa e, também, para que de uma forma geral, ajudasse nos Trabalhos. O Preâmbulo do Código, confirma que aqueles homens foram lá, realmente juntos; porque o seu Ofício, até então, não tinha sido regulamentado, de nenhuma forma pelo Governo do Povo, como já acontecia com outras Profissões”.

Esta Sociedade dos Maçons (The Fellowship of Masons), durou, ou prevaleceu sozinha durante 20 anos – até 1376, quando foi fundada a Companhia dos Maçons de Londres.

Curiosamente, a primeira Regra desse Regulamento, regido naquela ocasião, como objetivo, da “Delimitação em Disputa”, quando estabelecida “que, muitos homens da profissão, podiam trabalhar em qualquer serviço relacionado com a sua profissão, desde que fossem perfeitamente hábeis e conhecessem muito bem a profissão.”

Daí por diante, passaram a trabalhar segundo este Código. E muitos outros foram surgindo, formando o que chamamos de Old Charges, ou Constituições Gótica

Autor Desconhecido -freemason

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