sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Pramantha

O Pramantha deve fornecer o fogo para acender as velas e Luzes durante a sessão ritualística do Grau 18º (Cavaleiro Rosa-Cruz).

Simboliza a criação  do fogo, pois constitui um aparelho que por meio de fricção, produz calor e consequentemente fogo, pelo incêndio dos elementos de combustão contidos em seu recipiente.

Consiste em um bastão cilíndrico, de madeira dura, que é colocado dentro de um recipiente (tigela, gral ou morteiro) encaixando-se num orifício.

Friccionando o bastão, quer manuseando-se ou quer provocando-lhe rotação rápida por meio de um cordel que se enrola e desenrola, o atrito provocará fagulhas que irão incendiar o material combustível colocado dentro do recipiente; esse material é lenhoso, ou musgo seco, ou qualquer outro material extraído da Natureza.

Encontram-se muitas referencias ao uso do Pramanta, nos livros Védicos.

A obtenção do fogo por meio de Pramanta resulta de um ato cerimonioso; portanto, profundamente esotérico, que assume aspectos divinos e que produz resultados benéficos.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Prancha de Traçar


A Prancha de Traçar é um retângulo sobre o qual são indicados os esquemas que constituem a chave do alfabeto maçônico.

A Maçonaria em seu simbolismo chama o papel sobre o qual se escreve de “Prancha de Traçar” e substitui o verbo escrever pela expressão “traçar uma prancha”.

A “Prancha de Traçar” está ligada ao grau de Mestre, como a Pedra cúbica ao de Companheiro e a Pedra Bruta ao de Aprendiz.

É sobre a “Prancha de Traçar” que o Mestre estabelece seus planos; mas o Aprendiz e o Companheiro não devem ignorar seu uso e devem exercitar-se – desastradamente talvez – a esboçar aí suas idéias. Esse é o motivo pelo qual esse símbolo já figura no “Quadro de Aprendiz”.

O esquema alfabético que figura na “Prancha de Traçar” lembra ao Maçom que ele sempre deve traduzir seu pensamento de uma forma “maçônica”, trabalhando com “retidão”. 

Todas as letras têm a forma do Esquadro, que se relaciona com a matéria; não se vê aí o Círculo, símbolo do Espírito, pois o Espírito é invisível. Dessa forma, o Maçom se vê convidado a se libertar da letra para abordar o espírito.

Notar-se-á que a “Cruz”, que dá o esquema das dezoito primeiras letras, e o “X”, que dá as oito últimas, formam precisamente o desenvolvimento da “Pedra Cúbica Pontiaguda”; essa “Pedra” é assim “colocada na horizontal sobre a “Prancha de Traçar”; aliás sobre essa “Prancha” não se poderia traçar outra coisa a não ser “planos”.
Jules Boucher

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Carta ao Papa Pio IX



Carta-discurso do escritor e maçom italiano Giuseppe Mazzini ao Papa Pio IX, refutando e contestando suas acusações e ataques à Maçonaria.



“Na vossa última encíclica lançastes um anátema ao mundo civilizado, à sua consciência, à vida que o alenta, como se esse mundo, essa consciência e essa vida não fossem a obra de Deus. 
Qual um náufrago, que sentindo a água subir ao pescoço, se despoja de tudo para buscar a salvação; assim vós, sem esperanças, arrastado pela agonia do pecado, vos despojais de toda a espiritualidade, de toda a santidade e de tudo o que torna vossa autoridade grande e eficaz. 
Perdido na inconsciência da razão, incapaz de vos sustentardes um dia sequer fora do recinto de vossas baionetas, não sabeis mais corrigir-vos, nem resignar-vos; e morreis… a mais horrível das mortes… maldizendo.


Negais a moral, contestando-nos o dever de trabalharmos em prol do bem-estar da humanidade, e entregando nossos Irmãos ao império da tirania, da injustiça, da ignorância, dos preconceitos e dos erros.
Não abraçais senão uma causa: que deveríeis ser papa e rei, sem obrigação alguma para com a humanidade.

Hoje não reinais pela fé e sim pela força; vossos servos são corrompidos e corruptos; vós, enquanto abençoais aos aventureiros que guardam vosso santuário, não tendes uma sequer palavra de consolo para aqueles que lutam pela liberdade, igualdade e fraternidade.


Os povos porém não se dirigem a vós e sim a nós; a nós, precursores da nova era que desponta, a nós que, com a palavra e o exemplo, lhes ensinamos como devem cumprir a lei de Deus sobre a terra.


Não; vossa Igreja não reúne senão uma fração de homens que diminuem cada vez mais. Vossa autoridade não mais dirige, regenera, reanima a vida. 
A Deus, e não a vós, os povos pedem o alento para a vida e o consolo para a morte.


Os mártires do dever se encontram entre os que vós chamais de excomungados; os que lutam pelas causas do povo se encontram entre os que vós chamais de hereges; os que pregam as santas doutrinas se encontram entre os que vós chamais de ateus; não vos resta senão mendigardes para viverdes, maldizerdes para serdes ouvido…

 Ocupais um trono sobre o qual já não sois Papa… e sim vulgar tirano, sustentado pelos soldados de outros tiranos.


Como Papa, pesa sobre vós o abandono de todos os preceitos de Jesus, a sacrílega comunhão com todos os poderosos da terra, a idolatria da pompa substituída ao espírito da religião.


Como rei, pesa sobre vós o sangue de Roma e a impossibilidade de permanecerdes nela um só dia sem o amparo da força bruta.


Reconciliai-vos com Deus; com a humanidade já não podeis.


Giuseppe Mazzine