O DELTA SAGRADO, também chamado DELTA LUMINOSO, é o triângulo eqüilátero que se vê no painel situado atrás do Trono do Venerável e que possui, em seu centro, um “olho” humano ou simplesmente a letra “G” ou, mais raramente, a letra hebraica YOD que se apresenta graficamente como uma pequena vírgula. O nome DELTA, dado ao Triângulo, vem da quarta letra do alfabeto grego que é representada graficamente por um triângulo.
O Triângulo eqüilátero já estudado, representa os três aspectos da Divindade do Grande Arquiteto do Universo, aspectos estes absolutamente idênticos e iguais e que nos lembram a sua onipresença, onisciência e onipotência. No centro do Triângulo vê-se desenhado um “olho” e isto é uma versão moderna do simbolismo maçônico para lembrar, mais rapidamente, que “Deus está presente” e que Deus vê tudo”, isto é, que o Grande Arquiteto do Universo está sempre presente, vendo todos os nossos atos e todos os nossos pensamentos. Também é muito comum ver-se no centro do triângulo, em lugar do “olho”, a letra “G” que, como já vimos anteriormente, é uma modificação do ideograma representado por uma serpente que morde a própria cauda, sugerindo o eterno movimento, característica de Deus. Mas, ainda hoje, pode-se ver, em algumas Lojas, o Triângulo ostentando em seu centro uma figura mais ou menos parecida com uma vírgula. É o YOD, letra cabalística que significa Deus.
Segundo relato histórico inserido no livro “Os Templários” de Adelino de Figueiredo Lima, o DELTA SAGRADO foi visto, pela primeira vez, no primeiro quartel do Século XII, por Hugo de Payns e mais oito cavaleiros franceses, nas ruínas do Templo de Salomão, em uma câmara subterrânea. Vamos dar aqui, sobre o DELTA SAGRADO, um pequeno trecho daquele autor, cuja leitura recomendamos:
“O Triângulo, encontrado no Templo de Jerusalém, era uma figura geométrica constituída pela junção de três linhas e a letra YOD, no centro, significava a sua origem divina. Deus presidia os três reinos da natureza: o ‘mineral’, o ‘vegetal’, e o ‘animal’. O primeiro era a escola dos Aprendizes, o segundo, a dos Companheiros e o terceiro a dos Mestres. No mineral, era ‘Tubalkain’, o símbolo primário; no vegetal, ‘Schilbolet’ representava o progresso do Aprendiz; e no animal ‘Moabom’, que marcava a etapa final do gênero humano como filho que era da putrefação”.
A visão do Triângulo levou os Templários a profundas considerações sobre o simbolismo por ele apresentado e viram a grandiosidade de sua significação como a expressão máxima da Matéria Cósmica e da Força Criadora, tendo em seus lados a representação da Alma Solar, da Alma do Mundo e da Vida. A reunião das três linhas lembrava a Unidade Perfeita representando, no Plano Material, a reunião do Pai, da Mãe e do Filho, constituintes da Família, princípio basilar da Sociedade. Já no Plano espiritual, o triângulo simboliza a Mente, a Alma e o Espírito, elementos integrantes do Absoluto.
O YOD, que se apresenta no centro do DELTA SAGRADO, é a décima letra do alfabeto hebraico e, talvez, a menor de todas em representação gráfica, eis que ele se assemelha a uma vírgula. Esta letra é a inicial do Tetragrama IEVE, nome do Absoluto, a expressão mais importante de Deus, digna do mais profundo respeito e veneração.
Os hebreus eram proibidos de pronunciar o Seu nome e todas as vezes que a ele tinham de se referir substituíam-no por Adonai.
O Tetragrama é composto das letras YOD-HE-VAU-HE e é de notar-se que nele há, apenas, três letras diferentes ou, sejam o YOD, o HE e o VAU. Isto simboliza, no Plano Material, as três dimensões dos corpos, ou sejam; o comprimento, a largura e a altura e no Campo Espiritual significam a Grande Evolução do “que existiu”, do “que existe” e do “que existirá”.
As provas materiais - da Terra, da Água, do Fogo e do Ar - às que foi submetido o Aprendiz, são relembradas, simbolicamente pelas quatro letras do Tetragrama. Embora as demais letras deste Tetragrama tenham a sua significação cabalística e revelem também profundo aspecto simbólico, delas não nos ocuparemos aqui, detendo-nos, apenas, na significação do YOD que é o objeto do nosso estudo.
A letra YOD pode apresentar-se ora como vogal e ora como consoante. No primeiro caso, ela simboliza a manifestação potencial, a duração espiritual e a eternidade do poder criador da Divindade. No segundo caso ela representa a duração material de todas as coisas. Mas, a significação simbólica do YOD pode ser traduzida como: “Eu sou o que Sou”. Esta expressão encontra-se na passagem bíblica que narra o encontro de Moisés com o Senhor, no monte Sinai, quando Moisés perguntou-Lhe qual era o Seu nome, a fim de que ele O dissesse ao povo na sua volta. E Deus disse-lhe: “Eu sou o que Sou”.
Representado como uma simples vírgula, ele lembra ser o “princípio de todas as coisas” e atendendo-se, ainda, ao fato de ser ele a décima letra do alfabeto hebraico, podemos raciocinar que este número, como já vimos, é formado pelo UM e pelo ZERO, estando o UM colocado antes do ZERO, ou seja, simbolicamente, a UNIDADE precedendo ao NADA, o que significa então que o Universo procedeu do NADA!
Há, ainda, um outro aspecto que pode ser apreciado no simbolismo do YOD, ou seja, o aspecto geométrico. Com efeito, na Geometria, o YOD é representado por uma circunferência tendo em seu centro um ponto. No simbolismo desta figura o ponto representa Deus, e a circunferência apresenta o Universo limitado. Esta limitação, dada pela linha da circunferência, significa o Universo limitado em Deus. É necessário lembrar-se aqui de que embora em nossa conceituação humana o Universo seja considerado sem limites, face à infinita grandeza de Deus ele é perfeitamente limitado.
Este é o simbolismo do YOD, o “princípio de todos os seres manifestados na Vida Absoluta”. A união do Espírito com a Alma Universal, isto é, a união do Poder de Deus com a sua Criação, harmonização perfeita entre a Criatura e o Criador, a Justiça com a Perfeição!
Como se viu, o simbolismo do YOD não é simples e isto trouxe certas dificuldades em sua interpretação no decorrer dos tempos e, por isto, aos poucos este símbolo foi sendo substituído por um outro de forma mais fácil te ser interpretada, ou seja a letra “G”.
Ao que parece, foi a Maçonaria Inglesa que fez a substituição do YOD pelo “G” e isto em virtude de que, sendo o YOD, em última análise a representação simbólica, de Deus, sua pronúncia se assemelhava, em muito, à da palavra GOD, inglesa, que se traduz por Deus.
A letra “G” assume, atualmente, grande importância na ritualística e no simbolismo maçônicos e pode-se dizer mesmo que ela é um dos símbolos mais usados no interior de um Templo Maçônico. As interpretações que se dão a este símbolo variam quase que ao infinito e elas se referem, sempre, a tudo aquilo de bom, de justo e de perfeito que tem o seu nome iniciado com esta letra. Assim, encontramos explicações para a letra “G”, tais como: Grande Arquiteto do Universo, Grandeza do Mestre, Glória de Deus, Geometria, Geração, Gravitação, Gênio, Gnose e muitas e muitas outras que seria fastidioso enumerar. Acontece, porém, que o simbolismo é como que uma ciência que não permite divagações ao saber da fantasia de cada qual. Ele se refere especificamente a determinada coisa ou ser e, só sua interpretação correta pode dar a idéia correspondente àquilo que está hermeticamente representado. Portanto há que se pesquisar com consciência e seriedade o significado correto do símbolo.
A hipótese aventada, da troca feita pelos ingleses do YOD para “G”, como uma assimilação de pronúncia, é aceitável, mas, é preciso ficar bem claro que, neste caso, houve uma feliz coincidência não só quanto à. vocalização dos sons das duas palavras - YOD e GOD - mas, ainda, pelo fato de que, como vimos, em hebraico YOD significa Deus e em inglês, a palavra GOD, também significa Deus!
A explicação exata, no entanto, para a substituição do símbolo foi, realmente, a dificuldade de interpretação simbólica do YOD, principalmente pelos povos ocidentais, e mais, o fato de que a substituição em nada alterou o significado intrínseco do símbolo. Vimos, com efeito, linhas atrás, que na Geometria o YOD era representado por um círculo que tinha um ponto em seu centro e isto com a significação de Deus e sua criação, o Universo. Figuradamente o círculo se representava na Cabala por uma serpente que a própria cauda e este ideograma era o símbolo de Deus, representado por Seu eterno movimento criador. Quando, nos primórdios do alfabeto, os ideogramas se foram transformando em letras, o exercício da escrita foi, aos poucos, adulterando os símbolos primitivos. Podemos ver que a atual letra “B” foi, anteriormente, representada por um retângulo dividido ao meio por uma reta e formando dois quadrados; a letra “M” era representada por uma linha sinuosa lembrando uma onda do mar; a letra “T” representava- se por uma cruz. Assim, a letra YOD, cujo ideograma já se havia transformado de serpente em circulo com um ponto central foi transformando-se paulatinamente na letra “G”. É de supor-se que o constante exercício da escrita e o costume que iam adquirindo os “copistas” de lidar com as letras, levou-os, por desleixo ou por pressa, a mutilarem as letras e os símbolos. Assim, ao ter que desenhar um círculo e depois colocar um ponto em seu centro, podemos imaginar, sem esforço, que o “escriba” iniciava o traçado do círculo, partindo da direita para a esquerda e iniciando com um movimento ascendente. Quando terminava o traçado do circulo, sem levantar o “cálamo”, traçava uma reta até seu centro onde colocava o ponto. Assim a prática do desenho foi evoluindo e logo já não se preocupavam muito em fechar completamente o círculo, iniciando a feitura da reta que ia para o centro antes mesmo da linha circular se encontrar de todo. Daí o aspecto da letra YOD, transformado em letra “G”.
Mudou-se o feitio gráfico do símbolo, mas isto não alterou em nada a sua significação simbólica.
A idéia de Deus, ligada indestrutivelmente à de onisciência, trouxe uma nova transformação gráfica do símbolo. Esta, sim, foi drástica e vazada na interpretação simplista de uma figura que mais diretamente causasse impacto à primeira vista. O “G” foi substituído por um “olho”! A intenção, sem dúvida, se baseou na onisciência Divina traduzida na linguagem popular pelo “Deus vê tudo!” Foi por isto que se colocou dentro do DELTA SAGRADO a figura de “olho”.
A idéia, sem dúvida brilhante, possuiu um cunho prático de levar o espírito do observador a alcançar, rapidamente, a idéia central da presença de Deus.
A imagem de um “olho” vigilante, sempre aberto, sempre perquiridor conduz o Aprendiz, infalivelmente, ao entendimento de que por trás daquela figura há uma invisível presença! É, além disto, embora não acreditemos que tenha havido este propósito, uma forma de relembrar o período em que o homem, segundo nos relatam os estudiosos, possuía apenas um olho no meio da testa.
Este fato, a par de uma hipótese científica, é uma realidade mitológica que pode ser encontrada em várias passagens da História primitiva, principalmente na narrativa feita em a “Odisséia”, na qual Ulisses, o herói grego, em suas andanças, encontra, nas costas da Sicília, uma terra habitada por gigantes que possuíam um só olho na testa - os ciclopes - um dos quais, Polifemo, prende a Ulisses e a seus companheiros.
A Mitologia faz referências ainda a outros ciclopes, tais como Brontes que forjava os raios em sua oficina no monte Etna, Esteropes, que os colocava na bigorna e Piracnion que os martelava a golpes de malho. A palavra ciclope é formada de “ciclos”, que significa “círculo” e “ops” que se traduz por “olhar”.
O sentido da visão, segundo os cientistas, evoluiu para o aparecimento de mais dois olhos na face do homem e, com isto o olho primitivo regrediu atrofiando-se até o seu completo desaparecimento.
Órgãos que se atrofiaram não são raros no corpo humano. A Ciência nos informa de que houve um período em que o homem era hermafrodita, isto é, cada indivíduo possuía todos os órgãos masculinos e todos os órgãos femininos. A evolução encaminhou, aos poucos, o homem para a separação de sexos e, então, progressivamente nasceram indivíduos portadores só de órgãos masculinos e outros portadores só de órgãos femininos. Os órgãos que se atrofiaram deixaram, em cada indivíduo, seus vestígios. Os mamilos, no homem, são rudimentos de seios que, em épocas remotas tiveram a função de aleitamento. A próstata é hoje um útero rudimentar, mas que, em épocas passadas, esteve em pleno funcionamento. Na mulher, o clitóris é atualmente um pênis atrofiado que em primitivas eras cumpriu totalmente as funções deste órgão. Vemos, pois, que os órgãos rudimentares de que somos portadores são lembranças de eras avoengas. Isto leva os estudiosos a supor que a glândula pineal, situada profundamente no cérebro, em sua parte mediana anterior e que desempenha importantíssima função no equilíbrio do sistema glandular, apresentando ainda hoje, muitos mistérios não explicados em suas funções, leva a supor, dizíamos, que esta glândula pineal seja o resquício daquele primitivo olho dos ciclopes que se atrofiou com o aparecimento dos olhos faciais!
Tudo o que acima foi dito, foi para explicar a existência deste olho único, então existente no homem e que tinha, segundo se supõe, propriedades outras, além de enxergar as coisas materiais. Este olho podia “enxergar” o mundo Espiritual. Era a terceira visão, que deixou de existir quando do aparecimento dos olhos que hoje temos no rosto. A Teologia afirma, em várias ocasiões, a existência de seres invisíveis aos nossos olhos, seres estes que ela denomina genericamente de anjos; admite, mais, a existência das almas das pessoas que morreram, habitando outras paragens que não o nosso mundo físico; a Mitologia nos fala de gnomos e espíritos da terra e ainda outras criaturas, invisíveis para nós, mas que, às vezes, se revelam para alguns mortais! Se, pois, há estas entidades espirituais e estas criaturas normalmente invisíveis, a sua invisibilidade decorre antes da impossibilidade que têm os nossos olhos materiais de vê-las, do que mesmo da sua existência. Acredita-se que os primitivos ciclopes podiam ver, com seu único olho, estas entidades invisíveis aos nossos olhos de hoje!
A explicação disto decorre do fato de que os nossos olhos, que nada mais são que órgãos captores das vibrações luminosas que as recebem e as enviam ao cérebro para sua apreciação, só podem enxergar ondas
As cores que conhecemos, em número de sete, chamadas cores fundamentais, são vibrações da luz com comprimentos de ondas diferentes que, por isso, sensibilizam de formas diversas a nossa retina e, enviadas ao cérebro, através do nervo ótico, se revelam como vermelho, amarelo; laranja, verde, azul, anil e violeta. Está, no entanto, cientificamente comprovado que além destas ondas percebidas por nossos olhos há outras que são incapazes de impressionar a nossa retina porque o seu comprimento de onda não sensibiliza os fótons, que são células da retina. Assim, as ondas ditas infravermelhas ou as chamadas ultravioletas, não são percebidas pelo olho humano, mas podem ser operadas por determinadas técnicas em certos aparelhos, que podem então fazer fotografias, com estes tipos de ondas, de objetos colocados em plena escuridão e, portanto, invisíveis para nós. Há insetos, como as abelhas, que enxergam com a luz ultravioleta, que não é percebida pelos olhos humanos. Existem, pois, qualidades de matéria que emitem raios luminosos com freqüência vibratória inferior ao infravermelho e superior ao ultravioleta. Este tipo de matéria não pode ser percebido pelos olhos humanos. Quem poderia contestar, peremptoriamente, o fato de serem as entidades espirituais, invisíveis aos nossos olhos, constituída por este tipo de matéria?
Anjos, Arcanjos, Serafins, Querubins, Tronos, Potestades, Dominações, Espíritos, Almas, Gnomos, etc. e ele, são, pois, entidades “materiais” constituídas de matéria muito mais sutil, muito mais fina do que o tipo de matéria que conhecemos e que afeta ao estado sólido, líquido e gasoso. Por esta razão, não são por nós percebidos, não obstante estarem junto de nós, trabalhando conosco, orientando-nos, ensinando-nos a todo o momento!
Com uma comparação grosseira, podemos dar uma idéia de como este mundo invisível, apesar de presente junto a nós, não consegue impressionar as células fóticas de nosso aparelho visual. Suponhamos que nos encontremos em um salão de cinema onde está sendo projetado na tela um filme qualquer. As imagens ali projetadas se movimentam e este movimento é perfeitamente acompanhado pelos nossos olhos. Suponhamos ainda que, em dado momento, sem que seja interrompida a projeção do filme, acendam-se todas as luzes do salão. O que acontece? Deixamos, imediatamente de ver as figuras que continuam a ser projetadas na tela, não obstante elas ali continuem a se movimentar como antes. Por que não as enxergamos mais? Porque uma causa exterior, ou seja, a luz, impediu que os nossos olhos captassem aquelas imagens agora de intensidade menor. Isto é o que acontece com relação ao mundo Espiritual que nos cerca. Ele existe, está aqui mesmo em torno de nós, mas, nossos olhos são incapazes de reagir às suas vibrações luminosas porque elas ou são menores do que as ondas infravermelhas ou maiores do que as ondas ultravioletas. Em resumo, porque nós não possuímos a terceira visão!
Esta terceira visão era, segundo se acredita, um atributo normal ao homem primitivo, isto é, nos ciclopes. Parece, segundo relatos bíblicos, que os homens do tempo de Moisés, apesar de não serem mais ciclopes, tinham ainda, com certa facilidade, o poder de enxergar os entes do mundo espiritual. A Bíblia é cheia de relatos de “aparições” de anjos e outras entidades do mundo Espiritual que mantinham palestras, davam conselhos ou exprobravam aos homens. Ainda hoje os espiritistas afirmam que os “médiuns” entram em contato visual com as entidades do mundo espiritual. Não são todos os “médiuns” que têm esta capacidade. Apenas alguns, ditos “médiuns videntes” é que podem fazê-lo. Talvez se possa explicar cientificamente esta possibilidade que têm algumas pessoas de “verem” os espíritos e outras entidades, por uma transitória alteração na química dos fluidos corporais que possa predispor a retina a vibrar de forma a perceber as vibrações abaixo ou acima da escala luminosa normal à percepção dos olhos da maioria dos humanos.
A possibilidade da terceira visão, em nós, o comum dos mortais, deve persistir em estado latente e é isto que nos faz perceber a existência de uma entidade superior por trás da figura do “olho” desenhada no centro do DELTA SAGRADO. Este “olho” é, sem dúvida, um elemento de vigilância, uma afirmação da “vigilância divina” que tudo observa, tudo sabe é tudo vê e que por isso mesmo obriga ao homem a seguir a sua vontade, vontade esta que emana no Templo Maçônico, envolvendo a tudo e a todos, fazendo-se respeitada por ser a própria vontade de Deus!
O pensamento filosófico nos ensina que a “luz espiritual” é mais real do que a “luz material” mas aquela luz só pode ser percebida pela nossa atrofiada terceira visão que, não obstante o seu atrofiamento, inconscientemente a “enxerga” e obedece. Assim, dentro do Templo, cada Maçom é um ponto de captação desta misteriosa “luz espiritual” e, por isto, forma, com os outros Maçons que ali se encontram, uma verdadeira “Cadeia de União” na qual todos vibram sob os influxos de uma mesma Vontade Superior e refletem, em conjunto, esta Divina Vontade produzindo os benefícios do amor, da harmonia e da fraternidade que une todos os obreiros da Oficina.
Sabemos que os trabalhos de uma Oficina Maçônica não têm nenhum valor se antes deles não for aberto o “Livro da Lei”, porque nele está a “palavra” Divina. Da mesma forma, no “olho” do DELTA SAGRADO está a “presença” Divina. Esta “presença” observa o Maçom não só em seu aspecto exterior, mas, ainda em todo o seu íntimo, no recôndito de seu coração e no âmago de sua alma!
YOD, “G” ou “Olho”, o símbolo é o mesmo, a sua interpretação é a mesma, o seu significado é o mesmo! Ele lembra a presença de Deus dentro do Templo Maçônico, em toda a plenitude de Seus atributos divinos de perfeição, igualdade e justiça, representados nos fados perfeitamente iguais do Triângulo e, ainda, a Sua onisciência representada no seu símbolo central!
Terminamos aqui as nossas considerações sobre o significado simbólico do DELTA SAGRADO e estamos certos de que não erramos quando nos recusamos a fazê-las para os Aprendizes porque, como se viu, estas considerações se restringem, quase que exclusivamente, ao campo da Filosofa Maçônica, do hermetismo da Cabala e do transcendentalismo do Plano Espiritual, o que era então, defeso ao Aprendiz, ligado como estava ainda unicamente aos fenômenos e às manifestações do Plano Material, incapaz, por isto mesmo, de compreender a beleza e a grandiosidade do Símbolo Sagrado.
Estamos certos de que não erramos!
Boanerges B.Castro-Simbolismo dos Números
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