Se um dia você tiver a oportunidade de ir a uma praia, dessas cuja faixa de areia atinge quilômetros de extensão, abaixe-se e pegue um grãozinho qualquer de areia. Compare mentalmente o tamanho desse grãozinho que você tem entre os dedos com a imensidão da praia e os incontáveis grãos de areia que a compõem. Dizem os astrônomos que com isso você terá uma pálida idéia do que representa o nosso planeta Terra no cosmos infinito.
Este nosso planetinha, que gravita em torno de uma estrelinha de quinta grandeza, a qual chamamos de Sol, é um cisco, um grãozinho de “poeira cósmica”. Só para você ter uma idéia da pequenez do nosso planeta, saiba que ele cabe um milhão e trezentas mil vezes no mesmo espaço ocupado pelo Sol. E existem muitos bilhões de estrelas de quarta, terceira, ou segunda grandeza, nas quais o Sol cabe milhões e milhões de vezes.
Esse infinito e imensurável universo do qual fazemos parte movimenta-se segundo leis que o homem mal consegue imaginar. Na verdade, descobriu algumas poucas causas e efeitos mais afetos ao planeta Terra e aos limites alcançados pelos instrumentos astronômicos. Entretanto, a despeito da limitação humana, prevalecem leis que comandam desde o movimento d translação do nosso planeta no sistema solar até a movimentação de galáxias pelo espaço sem fim.
Apesar da nossa pequenez, não estamos fora de uma ordem que rege o sistema cósmico como um todo. Tudo tem a sua importância e a sua função. Ao que tudo indica, não existem criações inúteis no universo, tudo faz parte de um sistema integrado, funcional e perfeito.
Navegando nessa ínfima partícula cósmica chamada Terra, vamos nós, humanos tantas vezes alheios `a grandiosidade incomensurável do universo, supondo que nossos destinos microcósmicos escapam `a sabedoria e `a ordem que regem o macrocosmo. Aquilo que rege o maior rege também o menor. Do macro ao micro.
Ao nível do nosso planeta, leis perfeitas e imutáveis regem desde a regularidade de nossa órbita no sistema solar até a regularidade com que se acasalam os bichinhos na primavera. Do astro ao átomo está tudo sob controle. Parece inacreditável tudo isso, não é?
Em parte devido `a ciência, no âmbito que ela conseguiu atingir, em parte devido `as conjecturas que o raciocínio humano lança além do alcance da ciência, o inacreditável vai se desvelando ao olhar perplexo da criatura humana. A bem da verdade, o homem não está descobrindo nada de novo, mas tão somente redescobrindo o que já estava descoberto no planeta. por exemplo, a força elétrica sempre existiu na correnteza das águas, o ser humano conseguiu captá-la e direcionar sua utilização, mas não inventou a eletricidade. Essa força sempre existiu, já tinha sido descoberta, o homem apenas conseguiu redescobri-la para si.
Neste ponto, entra a questão: quem descobriu, ou melhor criou o que o homem vem redescobrindo?
Ao longo do tempo, diferentes povos em diferentes partes do globo tiveram suas peculiares concepções a respeito desse “Criador” e atribuíram-lhe os mais diferentes nomes. Na Bíblia, os povos antigos o chamavam de Jeová ou Javé. Os índios brasileiros o chamavam de Tupã. Os índios norte-americanos, de Manitô. Uma parcela da população da Índia, de Brama. Os árabes o chamam de Alá. Deus parece ser o nome mais comum dado a esse “Supremo Criador”. Seres humanos existem que nem sequer acreditam nele, dizem-se ateus.
Acreditando ou não em um “Criador”, dando-lhe nomes diferentes, ou tendo sobre ele as mais controvertidas idéias ou concepções, nada disso altera a maravilhosa ordem reinante no universo. A “Força Criadora”, ou qualquer outro nome que se lhe dê, independe das pobres crenças e concepções humanas. E não adianta entrar aqui nos emaranhados das discussões teológicas.
Se alguém acredita na existência de Deus, ótimo! Isso parece ser profundamente consolador e dá um sentimento de segurança e de proteção que os que não crêem desconhecem. Por outro lado, se alguém não acredita e sente-se bem assim, que seja cada vez mais feliz na sua descrença. É tolice tentar convencer alguém disso. Já existem muitos fanáticos religiosos tentando fazê-lo. Daí, as incontáveis divisões religiosas supondo possuírem a procuração divina para representá-lo aqui no nosso planeta. No momento, não temos intenção alguma de convencer alguém da existência ou não existência de Deus.
Falaremos de nossa existência e das forças que poderemos ir utilizando para melhorar nossa qualidade de vida pessoal. A não ser que haja algum problema de ordem psicopatológica, ninguém gosta de ser infeliz. Parece que possuímos “circuitos impressos”, fomos “programados” para buscar a felicidade e a perfeição. Cada qual a sua maneira, de acordo com seu grau de entendimento e de evolução. Se enveredarmos por caminhos errados, há uma bússola interior que no devido tempo nos reconduzirá ao caminho certo, invariavelmente.
Determinismo, isso? Talvez seja! Mas procure ser infeliz propositadamente para ver por quanto tempo você consegue!
A felicidade é nossa meta, não importa o caminho de ilusões que tomemos para atingi-la; se não for o melhor, faremos o caminho de volta e tentaremos quantas mil vezes forem necessárias. Não há pressa na eternidade do tempo. As gerações humanas se sucederam e se sucederão buscando a mesma coisa – ser feliz.
Seria bom poder afirmar que este “ser feliz” não é tão impositivo assim, mas o bom senso parece impedir de fazê-lo. Somos portadores de algumas forças instintivas que de certa forma determinam nosso modo de ser. O instinto da fome, do sexo, da sede, de ser feliz, são imposições muito evidentes para que o bom senso possa negar a força desses instintos na existência humana.
Isso não equivale a dizer que o homem é uma pobre vitima de seus próprios instintos. Existe uma consciência que comanda e orienta a satisfação adequada das necessidades geradas pelas forças instintivas, só que não podemos deixar de atender a tais necessidades. Também não equivale a dizer que a satisfação da necessidade de “ser feliz” seja do mesmo nível da satisfação das necessidades fisiológicas (sede, fome, sono, etc.). Não obstante, a busca da felicidade é tão instintiva e imperiosa quanto a busca da satisfação de outras necessidades humanas.
Sendo assim, o minúsculo universo, ou microcosmo composto por cada vida humana é também regido por leis que exercem sua “força” inexoravelmente.
Diríamos até que o homem, apesar da ordem que rege o universo global, possui o seu grau de livre-arbítrio, poder de decisão ou condução do próprio destino. Mas é semelhante ao livre-arbítrio do peixe. Pode subir ou descer a corrente do rio; pode ir `a superfície ou até a profundeza da água, pode nadar, comer, reproduzir no meio ou nas margens do rio e pode todas as possibilidades que o ser peixe proporciona, mas não pode sair fora d’água.
Prof.Carlos França
Parabéns ao autor. Bom texto, simples, de fácil compreensão de um tema tão complexo.
ResponderExcluirGratidão por me auxiliar na caminhada maçônica.
Corrigindo a postagem
ResponderExcluirMeu nome é Christina Dal Lin