domingo, 13 de abril de 2014

Crípta dos Grandes filosofos

Na Câmara do Grau 32 do REAA a Cripta dos Grandes Filósofos localiza-se atrás do Trono do Gr:. Mes:.; separada por um véu.
Encontram-se na Crípta, oito colunas sobre as quais oito bustos, representando os fundadores das grandes religiões que orientam o espírito humano.
Na nona coluna, o resultado final dos ensinamentos desses grandes construtores do espírito universal é demonstrado pelo aparecimento da Estrela, que é Gnose, a Iluminação, a Sabedoria, como a demonstrar que tudo que procuramos, seja qual for à religião que adotemos, é simplesmente a Verdade. 

Os Neófitos são dispostos diante da Cripta; ergue-se o véu; as luzes do Templo amenizam-se; ouve-se um fundo musical; há silêncio.

Após uma pausa, diz o Presidente: "Encontramo-nos na entrada da Cripta; escutai a voz dos operários que nos precederam e que se dispõem a nos auxiliar na edificação do último Templo:”

*PRIMEIRA VOZ - "Eu sou Confúcio, o sábio que ofereceu à China a sua moral, cem vezes mais importante que a sua cultura material. A minha doutrina, integralmente, consiste no ensinar a retidão do coração e o amor ao próximo. Existe uma regra universal de conduta que é contida no vocábulo: "reciprocidade”. Fui o primeiro a reformular a máxima: "Não faças a outrem, o que não queres que te façam”. Também disse: "Venera os espíritos, mas deixa-os à distância. Tu que não tens capacidade de servir aos homens, como pretendes servir aos deuses? Tu que não conheces a Vida, como pretendes conhecer a Morte?”

*SEGUNDA VOZ - Eu sou Zaratustra. Ensinei os árias da Bactriana a repelir toda idolatria para adorar ao Senhor Onisciente - Ahura Mazda semelhante no corpo à Luz e no Espírito à Verdade. Em vão as potências da escuridão e da mentira disputam o mundo às potências da Luz e da Verdade. O teu dever é o de acelerar a chegada desse dia, segundo a obra de Ahura Mazda, com pensamentos bons, boas palavras e boas ações. O guerreiro que com a sua coragem repele o inimigo; o agricultor que faz germinar o trigo; aquele que forma uma família e doa uma vestimenta ao nu; aquele que destrói a Ahriman nos animais nocivos; esses são os que aceleram o evento da Lei de Ahura Mazda e com isso mais fazem do que se entregassem a mil sacrifícios.

*TERCEIRA VOZ: Eu sou Gautama, denominado Buda. Renunciei aos privilégios do nascimento e da riqueza. Achei minha ascensão ao Nirvana,.com a finalidade de dedicar esforços para abrir aos homens o caminho que conduz à extinção do sofrimento. Tu não extinguirás os seres vivos. Não furtarás o alheio. Não cometerás adultério. Não mentiras. Não ingerirás licores inebriantes. Trocarás o mal pelo bem. A generosidade, a benevolência e a abnegação são para o mundo o que o eixo é para um veículo. A minha lei é uma lei de perdão para todos os seres.

*QUARTA VOZ: Eu sou Moisés, aquele que foi resgatado das águas. Vislumbrei na Sarça Ardente, no Monte Horeb, o Deus que nem Abrão, nem Jacó conheceram, sob o seu único e verdadeiro nome: o Eterno. Trouxe da escravidão os filhos de Israel; conduzi-os ao limite das Terras da Promissão e lhes comuniquei, desde o Monte Sinai, os mandamentos que constituíram a Moral judaico-cristã. Tu não venerarás senão o Deus único e não talharás imagens à sua semelhança. Respeitarás o dia do repouso, o Sabat. Não furtarás o alheio; não prestaras falso testemunho; não cobiçarás nem a mulher, nem as riquezas do teu próximo.

*QUINTA VOZ: Eu sou Hermes Trimegisto, o três vezes grande, o possuído da ciência do antigo Egito. Feliz aquele que ao entrar no mundo subterrâneo, puder dizer ao seu coração, segundo a antiga fórmula do Livro dos Mortos: "Ó meu coração, não me acuseis perante o Deus do julgamento; eu não matei e não traí. Não atormentei a viúva, não afastei o leite da boca das crianças; não fiz chorar; não menti diante do Tribunal; não obriguei os trabalhadores a excesso de trabalho; não fui negligente e tão pouco viciado; não maltratei o escravo no Espírito do mestre; não espanquei; não alterei as medidas do trigo e não usurpei nem esbulhei os limites dos campos. Conciliei-me com Deus pelo amor. Alimentei o faminto; amenizei a sede; vesti o nu e forneci um barco àqueles que interromperam a viagem.

*SEXTA VOZ: Eu sou Platão o discípulo dileto de Sócrates. Ensinei aos homens a se conhecerem; descobri-lhes o mundo das idéias puras e da realidade eterna. Os nossos sentidos não podem perceber mais que as sobras da realidade, ou seja, dos fenômenos e das leis. Mas, essas leis nos revelam, no Reino do Espírito, como no Reino da Física, numa crescente tendência à Verdade, à Beleza e ao Bem, essa Tríplice realização do divino. Nos extremos limites do inteligível, reside a idéia do Bem. Não será necessário afirmar que a Justiça consiste no praticar o Bem aos próprios amigos e o mal aos inimigos. O Justo é aquele que vive em harmonia perfeita consigo mesmo, com os seus semelhantes e com a Ordem Universal.

*SÉTIMA VOZ: Eu sou Jesus de Nazaré, o Cristo, aquele que doou a sua vida pelo amor à Humanidade. Vim para completar e não para abolir a Lei; proclamei o direito de a consciência ser a intermediária com o contato com o Pai Celestial. A samaritana disse: "Chegará o dia em que não se adorará mais o Pai, nem em Garazim nem em Jerusalém, mas onde todos os adoradores o venerarão, como Ele o deseja, em Espírito e Verdade". Aos fariseus respondi: "Amar a Deus com todas as forças e ao próximo como a si mesmo, é da Lei e dos profetas. Não há maior mandamento". Aos que me perguntaram qual o caminho para o Reino dos Céus, respondi: "Procurai em primeiro lugar a Justiça e o resto vos será dado por acréscimo".

*OITAVA VOZ: Eu sou Maomé o profeta por excelência do Islã. Deus é Deus e não há outro Deus. Alá impõe a Justiça, a Benevolência, a Generosidade. Ele ordena que te instruas. Os sábios são os herdeiros dos Profetas. A Santidade não consiste em voltar, na prece, o teu rosto em direção ao Oriente, mas em fazer, por amor a Deus, a caridade aos órfãos, aos pobres e aos estrangeiros. Ninguém poderá ser aceito como um verdadeiro crente se não tiver o desejo de que seu irmão tenha aquilo a que ele próprio aspira.

*NONA VOZ: Eu sou Aquele do Amanhã; os hebreus aguardam o Messias; os muçulmanos, o Madhi; os cristãos, a segunda vinda do Cristo; os budistas o próximo Buda; os hindus a reencarnação de Vishnu que se encarna de tempos em tempos para o triunfo dos bons e a destruição dos maus. Trago todos esses nomes e muitos outros, ainda, porque a Cadeia Hermética nunca foi rompida. Notastes a perfeita coordenação dos ensinamentos formulados pelas religiões e pelos organizadores de civilizações que a História nos apresenta. Outros Guias aparecerão para ensinar com sua forte presença a ascensão da Humanidade. Porém, inobstante a variedade das suas revelações, deveis saber que vos falarão a mesma linguagem, porque ela corresponde às necessidades universais e às aspirações permanentes da natureza humana. Sede tolerantes, porque nada poderá definir o Grande Arquiteto do Universo.
Procurai a Verdade, praticai a justiça e amai o vosso próximo como a vós mesmos, tal é o caminho do dever, a exclusiva senda da Saúde.



sexta-feira, 11 de abril de 2014

O Grande Acampamento

O Grande Acampamento é parte de uma estratégia planejada pelo então rei da Prússia Frederico II(Frederico, (o Grande)1712 / 1786, com o objetivo de retomar para os povos do Ocidente o domínio da Palestina e dos demais lugares considerados sagrados para o Cristianismo e localizados na Terra Santa.
Nessa estratégia, os membros da Maçonaria estariam distribuídos de uma forma específica, conforme ensinam os estudos do Grau 32 (Sublime Príncipe do Real Segredo). 
 Na época em que viveu Frederico II, a região da Palestina atravessava momentos de sérios conflitos internos, especialmente entre os governantes turcos de Damasco e de Istambul.

Tribunal da Santa Vehme

Santa Veheme , também chamado Liga da Corte Sagrada.
Esse Soberano Tribunal teve sua origem relacionada ao período da Europa medieval no qual ocorreram diversas migrações e invasões dos povos bárbaros para o território de Roma.
Paulatinamente, o Império Romano entrou em decadência,  com isso seus estatutos, instituições e formas de administrar a sociedade foram, em grande parte, desintegrados, resultando que, em diversas áreas do Antigo Império, se espalhassem a criminalidade, a desordem e a ilegalidade. 
     
A Santa Vehme (ou Santa Feme), surgiu inicialmente no período do reinado de Carlos Magno (768 d.C. a 814 d.C.), como um  conjunto de tribunais secretos, organizados com o objetivo de reprimir as desordens e os crimes. Seus membros tinham como tarefa a aplicação sumária da sua justiça sobre os considerados culpados. Posteriormente entrou em declínio. 
     
Ressurgiu  a Santa Veheme,  no século XII, na região da Westfália, especialmente na cidade de Dortmund, na atual Alemanha. Seus juízes tinham o título de franco-juízes. Eram sigilosos: o transcorrer do processo, os  nomes dos acusadores e a sentença.

Tomava conhecimento de todos os crimes, e suas sentenças eram executadas por meios secretos, sem que se saiba quem eram seus executores. Uma vez executado um criminoso, seu corpo era pendurado numa árvore, para comunicar a todos o fato e ainda intimidar outros.

Os julgamentos ocorriam sob a invocação divina e visavam também coibir os delitos cometidos contra a Igreja, daí a denominação de "Santa". Já o vocábulo "vehme" origina-se do alemão e significa "condenar".
    
A principal pena aplicada pelos tribunais fêmicos era o enforcamento, sendo comum se afirmar que a forca era tão mais alta, quanto mais alta fosse a posição social do condenado. 

Com o fim da Idade Média e a formação dos estados nacionais, os países recém-criados consolidaram poderes judiciários organizados e independentes. Com isso, os tribunais fêmicos perderam progressivamente espaço para a atuação e a razão de existirem.

A descrição e o entendimento desse Tribunal fazem parte dos estudos do Grau 31 do REAA. 

segunda-feira, 7 de abril de 2014

O Tribunal de Osíris

De acordo com a mitologia egípcia, logo após o momento da morte, a alma de cada um dos homens era conduzida ao Tribunal de Osíris por Anúbis, Deus dos Mortos.
Nos estudos realizados no Grau 31, é descrita a formação do tribunal divino egípcio, relatando-o como uma corte que avaliava os atos de cada pessoa no decorrer da vida. 
Esse colegiado, presidido pelo deus Osíris, era formado por 42 deuses-juízes e se reunia num local chamado Sala das Duas Verdades.

O morto ao chegar ao Tribunal de Osíris, era conduzido pelo deus Anúbis, que lhe retirava o coração, centro da sua consciência, e o colocava num dos pratos de uma balança onde, no outro prato estava colocada uma pena de avestruz (símbolo de Maat, deusa da Verdade). 
Caso o coração do morto fosse mais pesado que a pena, era decretada a condenação e o condenado tinha sua alma devorada por Ammit (ou Amut)

O deus Toth anotava o resultado obtido na medição e o deus Hórus o encaminhava a Osíris. Caso o morto fosse absolvido, ele reencarnaria em seu próprio corpo e seguiria, juntamente com seus pertences, para um paraíso conhecido como Aaru. Daí resulta a importância da mumificação.

À luz da filosofia maçônica, o Tribunal de Osíris é uma importante alegoria que tem, entre outros significados, o simbolismo de que a Verdade e a Justiça são os caminhos que devem orientar a vida do Homem na sociedade, consolidando a máxima de que "a Justiça é a Verdade em ação"

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Aprendiz Maçom (Discurso de Iniciação)

"Meu irmão: Hoje ingressais numa sociedade nova. Em outras sociedades atualmente organizadas nos países civilizados, fazem-se admissões, ou diretamente ou mediante a apresentação feita por padrinhos, e sem nenhuma cerimônia especial.
Entre nós, assististes a cerimônias, a provas e interrogatórios, que talvez vos hajam parecido estranhos numa época tão positiva como a nossa. Em lugar de uma sala nua e de homens como se vêem na vida civil, vos achais envolvido por símbolos, e os homens aqui presentes estão adornados de listões simbólicos, e os irmãos que vos rodeiam vos exibem igualmente objetos relacionados com o mister de construtor. Tudo isso tem por objetivo mostrar-vos que, a partir deste dia, sois convocado para a função gloriosa, mas `as vezes difícil, de construtor social.

Enquanto os ignorantes, sectários e os semi-instruidos, vos têm professado a destruição sob todas as formas, o Centro em que ingressais vos vai ensinar a distinguir o que é preciso destruir e o que é preciso, ao contrário, construir. 

Materialmente, é-vos apresentada uma pedra bruta cujos ângulos precisareis arredondar, para produzir obra pessoal. Tereis assim de desbastar a pedra bruta, de desembaraçar o futuro material de construção das arestas e espinhos que possam envolvê-lo, apresentando-o assim ao arquiteto completamente pronto para entrar no edifício. Mas esta construção, como o que vos rodeia, é simbólica; não é numa estrada aberta a todos os ventos que tereis de construir vosso edifício, mas é nos cérebros humanos, nos corações dos homens, que não recebem a luz de nossos aposentos, que tereis de exercer a vossa ação.

Mas para fazer obra útil, é necessário serdes progressivamente convocado a manejar instrumentos simbólicos, que são colocados em vossas mãos.

O nível não passará de um instrumento sectário de destruição, se sua ação não fôr equilibrada pela régua, e a trolha não será realmente fecunda, se não servir para executar o plano do arquiteto. Eis porque existem vários graus na instrução dos membros da grande família maçônica.

Hoje sois aprendiz construtor. Revestido do avental simbólico, ouvireis e aprovareis as conquistas que vos precederem na estrada. Amanhã, consciente de vossa força intelectual, tendo manifestado vosso desejo de passar das obras materiais para as obras do espírito, a ciência tradicional de Maçonaria vos abrirá seus símbolos e seus livros no segundo Grau de nossas dignidades. 

No instante se vos franqueia a grande família dos irmãos conhecidos e desconhecidos. Aprendeis a conhecer o espírito maçônico, a afastar de vós a falsa ciência e o sectarismo. Combatei os prejuízos esclarecei todo cérebro denegrido pelo obscurantismo e tornai-vos digno de ser uma destas luzes ocultas que iluminam a humanidade." 


Papus

Companheiro Maçom (Discurso de Elevação)

“Meu irmão: Como aprendiz, fizestes três viagens. Na primeira, ao vosso redor imperava a desordem e atravessastes variados obstáculos. Na segunda, feriu-vos os ouvidos um inquietante estrépito de armas, quando, após a terceira, se fez a luz diante de vós, vistes vossos irmãos, armados e reunidos, prontos para vos proteger e vos defender na nova senda que iniciais. 

Depois de semanas de estudos, vosso cérebro se desembaraçou pouco a pouco dos prejuízos e erros da sociedade profana. Aprendestes a pensar por vós mesmo, a exprimir vosso pensamento e consciente de vossa evolução intelectual, sois hoje digno de um aumento de salários.

Para compreender os mistérios do segundo Grau da ciência maçônica, realizastes, como os antigos Companheiros, várias viagens. Primeiro, armado de instrumentos de demolição – o malho e o cinzel – atacastes simbolicamente os erros onde quer que vos chocassem a consciência. Em seguida, munido do compasso e da régua, começastes a traçar a prancha de vossos futuros trabalhos. Depois, graças `a alavanca e a régua, iniciastes materialmente a construção do edifício. Finalmente, graças `a régua e ao esquadro pudestes construir vosso edifício de modo normal e de maneira a desafiar o tempo. Estava então terminada a obra material. Na quinta viagem, não tinheis mais instrumento material e passou-se a exigir-vos a tradição intelectual. 
Outrora os homens livres, querendo pensar livremente, eram punidos pelas organizações tirânicas dos potentados e dos sacerdotes.
Foi então que algumas almas altivas fundaram estas associações de Iniciados leigos que, `a imitação das grandes fraternidades egípcias, estabeleciam por todo o planeta um laço misterioso, unindo as inteligências independentemente de nacionalidades, culto e seitas. Certos sinais, conhecidos apenas dos Irmãos, lhes permitiam comunicar-se entre si de maneira discreta e reconhecer-se na sociedade profana.
É graças ao conhecimento destes sinais que Platão foi libertado por seu Irmão que ele havia encontrado.
É graças a estas fraternidades misteriosas que depois da ocupação do Egito por Roma, os Iniciados leigos, os descendentes dos pitagóricos, mais tarde os essênios, conservaram na terra esta cadeia invisível ligando entre si os homens libertados da servidão. Reunindo-se, estes Irmãos recebiam os noviços como outrora eram acolhidos nos templos do Egito.

Ao lado da luz visível, aprendia-se a existência de uma luz invisível, fonte de forças e energias desconhecidas. É a luz secreta que ilumina todo homem vindo a este mundo, e que foi representada pela estrela de cinco pontas, símbolo do homem irradiante de luz misteriosa e representado no maravilhoso emblema da estrela flamígera!

Meu irmão: Ides estudar a história destas antigas fraternidades. Para compreender a ciência maçônica, precisais penetrar intelectualmente nestes antigos mistérios. Precisais descobrir o laço que, desde os tempos de Tebas, através das fraternidades pitagóricas, dos essênios, dos primeiros joanitas, dos irmãos escapos de Constantinópola por ocasião da queda desta cidade, desce até nós pelos trovadores, os livre-pensadores, os alquimistas, os templários, os iluminados e os modernos Ritos maçônicos. 


Papus

Mestre Maçom (Discursos de Exaltação)

Primeiro Discurso 

Meu irmão: Quando solicitastes fazer parte da Franco-maçonaria, detivestes-vos por algum tempo numa câmara em que o símbolo da morte vos foi apresentado sob diversas formas. É morrendo para os prejuízos, para o obscurantismo, para todos os erros ancestrais ou sociais que vos tornastes franco-maçom.
Hoje, vosso trabalho sustido, vosso zelo pela Ordem, vosso devotamento a vossos Irmãos nos permitem convidar-vos para participar dos mistérios mais profundos e iniciar-vos no grau de Mestre. Este Grau é talvez o que dentre todos representa mais maravilhosamente os antigos mistérios do Egito.
Outrora, o iniciado nos mistérios de Osíris aprendia, além da existência de forças misteriosas que vos revelou o grau de Companheiro, a possibilidade para o homem viver uma vida diferente da vida física. Ensinava-se-lhe que a entrada e a saída da existência terrestre são guardadas pelo terrível mistério da morte. Para exprimir simbolicamente este mistério, o iniciado era envolvido em faixas e colocado num ataúde; ao seu redor se ouviam cantos tristes e majestosos, e depois ele renascia. Era-lhe revelada uma luz nova, e seu cérebro, dinamizado pelo vencimento do terror da morte, abria-se a idéias mais nobres, a devotamentos mais sublimes.
Hoje, as ciências profanas, graças ao devotamento dos Irmãos que nos precederam, transformaram a vida social. O manejo das forças físicas saiu das antigas universidades, dos templos fechados, para entrar nos laboratórios e, tal qual o pelicano simbólico a dar seu sangue para nutrir sua prole, o sábio contemporânio, o verdadeiro vidente da humanidade ainda cega, propicia aos profanos sua ciência e seu devotamento.
Mas a tradição dos símbolos é também uma ciência viva. Ela permite ao que a possui adaptar seus conhecimentos `as necessidades de seus Irmãos, reerguer uma sociedade que soçobrava, suster um coração desanimado e projetar a luz onde as trevas reinavam soberanas.
Outrora, repetia-se ao Iniciado a história de Osiris, sua dilaceração, sua reconstituição por Isis, e as danças simbólicas dos Iniciadores revelavam os mistérios que a palavra era incapaz de traduzir. Cada centro instrutor possuía uma história simbólica – lenda aparentemente frívola para os não iniciados – que servia de base a todo ensinamento dos mistérios.
A Franco-maçonaria, herdeira direta destas antigas Fraternidades iniciáticas, não faltou a este dever.
Vamos, meu irmão, repetir-vos a lenda de Hiram. Se não a houvéssemos precedido das considerações que acabamos de desenvolver, esta lenda pareceria um relato banal de coisas antigas e pouco interessante, e a vossa atenção não seria incitada a quebrar-lhe a casca para achar no centro do fruto a amêndoa nutritiva, libertadora de vossa intelectualidade. A lenda de Hiram contém a chave das maiores adaptações simbólicas que a Ordem maçônica tem de conseguir. Sob o ponto de vista social, a adaptação da inteligência aos diversos gêneros de trabalho, a divisão das forças sociais concorrendo com a harmonia do todo, o lugar dado ao Mestre por seu saber, são todos ali desenvolvidos.
Sob o ponto de vista moral se ensina a lei terrível que faz com que aquilo que haveis sustentado, que haveis construído, que haveis salvo, se revolve contra vós e vos procure matar, pois segundo a fórmula do animal humano, “o Iniciado matará o Iniciador”.Praticamente, enfim, a certeza de que todo sacrifício é a chave de uma floração futura, é o ramo da acácia que guiará os Irmãos para o tumulo daquele que se sacrificou por eles.
Tudo isso é eternamente vivo para um cérebro que compreende e indica um ensinamento que pode sempre ser transmitido através da humanidade, qualquer que seja a evolução da sociedade profana. Que nossos antigos Irmãos do século dezoito tenham visto nesta lenda uma representação mística da marcha do sol; que outros tenham ali descoberto adaptações filosóficas, isso pouco importa, pois toda lenda verdadeiramente simbólica é uma chave universal, adaptável a todas as manifestações físicas, morais e espirituais.
Agora, meu Irmão, compreendereis a razão de ser dos mistérios de que ides participar, e sabereis porque a Franco-maçonaria deve respeitar a tradição e os símbolos que foram confiados a seus Mestres iniciadores.

Segundo Discurso– Após a Exaltação

A partir deste dia, sois um verdadeiro elo da cadeia universal constituída em toda a Terra pela Franco-maçonaria. A partir deste dia, participareis das reuniões da câmara do meio, onde se reúnem física ou misticamente os arquitetos da sociedade futura, para dar `a humanidade, cada dia, um pouco mais de luz, um pouco mais de bem-estar e um pouco mais de razão.
Participando da obra universal de Franco-maçonaria, tendes direito `a assistência do universo inteiro. Onde quer que estejais, quaisquer que sejam as opiniões do povo em cujo meio permaneceis, qualquer que seja a sua linguagem, fazei um sinal e nossos irmãos correrão para vós.
Triunfaste da morte. Novo Hiram da anunciação social, vós ides, agora, estabelecer conscientemente o plano de vosso monumento intelectual, pois não sois mais o Aprendiz que se esforçava para desbastar a pedra mal talhada; não sois mais o Companheiro que, forte em ensinamentos intelectuais e tradições maçônicas, tinha constituído seu dinamismo cerebral. Vós sois o Mestre, consciente de sua personalidade, chamado a exercer, na Ordem, todas as funções administrativas das Lojas; a dirigir os Aprendizes em suas pesquisas intelectuais, e os vossos colegas – os Mestres – no traçado de suas pranchas simbólicas.
Vossa responsabilidade aumenta na própria razão da extensão de vossas funções. Se a Ordem vos assegura, por toda a parte, passagem e proteção, ela espera de vós um esforço contínuo, um trabalho sem esmorecimento para a libertação das inteligências oprimidas, e uma coragem a toda prova, se for preciso arriscar alguma coisa para salvar um de vossos Irmãos. Espalhai, pois, por toda a parte, a luz que recebestes. Procurai nas sociedades profanas as inteligências livres, os corações elevados, os espíritos ousados que, fugindo dos entraves da vida fácil e dos prejuízos, buscam uma vida nova e podem ser elementos poderosos para a difusão das idéias maçônicas. Aprendei a dirigir-vos por vós mesmos, a fugir de todo sectarismo.
E se combateis os erros e as superstições que os diversos sacerdotes impõem `a humanidade ainda na infância, sabei ser sempre tolerante, não vos torneis um sectário odioso aos seres humanos. Filósofo, isto é, amigo da sabedoria, sabei conservar sempre o equilíbrio mental que caracteriza o homem são de espírito. Lembrai-vos de que Hiram assentou suas duas colunas e que o capiteu da entrada do templo repousa harmoniosamente sustentado por Bohaz e Jachim, isto é pela Força e Estabilidade.
Não se construiu o edifício apoiando-o numa só coluna. Assim, pois, na construção intelectual que tereis de empreender, sabei equilibrar sempre os ensinamentos da razão com os devotamentos do coração. Lembrai-vos que a Franco-maçonaria vem em auxilio dos infelizes, quaisquer que sejam as suas opiniões, e que, em sua ação sobre a sociedade profana, ela liberta as consciências e ao mesmo tempo reergue a coragem daqueles que não esperam mais. E se na vida alguns traidores querem fazer desaparecer vossa obra; se, como Hiram, estais prestes a receber o golpe do malhete fatal da parte dos inconscientes ou revoltados, lembrai-vos de que todos os Irmãos presentes vos saberão defender. Lembrai-vos de que os Mestres dedicados seguirão, mais tarde, as pegadas de vossas obras e que o ramo de acácia servirá para reconhecer vossos esforços pelo desenvolvimento de nossa Ordem e manifestação de vossos recursos intelectuais.
Trabalhai, meu irmão. Adquiri a consciência de vossos deveres, e se nunca o desencorajamento entrar em vossa alma, ao perder vosso espírito a força de luta, recordai-vos deste dia solene e dizei:
“Não! Não faltarei `a minha missão; não! A covardia não me encadeiará o espírito; não! Não me deterei em minha missão de progresso, pois a acácia me é conhecida.”
Papus

Cadeia de União

A Cadeia de União é formada para receber a palavra semestral nas sessões magnas de iniciação.

O Venerável colocado no Or:., na frente do seu altar e tendo aos lados o Orador e o Secretário, cruzará os braços segurando com a mão direita a mão esquerda do Irmão que estiver `a sua esquerda e com a mão esquerda segurando a direita do que estiver `a sua direita, e assim praticarão todos os Irmãos, cada um em sua coluna. Em frente ao Venerável, ficarão os Vigilantes, entre os quais estará o Mestre de Cerimônias.

Disposta assim a cadeia, o Venerável transmitirá ao ouvido, em primeiro lugar, ao Orador e depois ao Secretário, a palavra semestral que será do mesmo modo transmitida pelas duas colunas até chegar ao Mestre de Cerimônias. Este funcionário, desde que tenha recebido a palavra das duas colunas, deixará o seu lugar e, colocando-se `a ordem, dirigir-se-á ao Venerável e comunicar-lhe-á ao ouvido a palavra recebida, voltando em seguida ao seu lugar.

O Venerável, antes de desfazer a cadeia, pronunciará então as seguintes palavras:

-“Esta cadeia simboliza a união que deve reinar entre todos os Maçons e o meio de conservá-la para sempre consiste na amizade, na concórdia e na tolerância.”

Acácia

Árvore de muitas espécies, disseminada no Egito, Arábia e Palestina.

A Acácia era a árvore que fornecia sua madeira aos povos hebreus, a sagrada e aromática madeira Shittim ou Sitim ( Êxodo 30;24 e Ese 27;220.  Foi muito empregada na construção do Tabernáculo.

Planta consagrada nas cerimônias, Graus e Espírito da maçonaria, como símbolo da inocência, iniciação e imortalidade da alma.

Ampulheta

Simbolizando o escoamento inexorável do tempo que se conclui, no ciclo humano, pela morte.  

A forma da ampulheta, com os seus dois compartimentos, mostra também, a analogia entre o alto e o baixo, assim como a necessidade, para que o escoamento se dê para cima, de virar a ampulheta.  Assim, a atração se exerce para baixo, a menos que mudemos a nossa maneira de ver e de agir. 

O vazio e o pleno devem suceder-se; há, portanto, uma passagem do superior ao inferior, isto é, do celeste ao terrestre e, em seguida, através da inversão, do terrestre ao celeste.

O filete de areia, que corre de um para outro compartimento, representa as trocas entre o Céu e a Terra: a manifestação das possibilidades celestes e a reintegração da manifestação na Fonte divina. O estrangulamento no meio é a porta estreita por onde se efetuam as trocas. 

A ampulheta está presente na Câmara das Reflexões, como que sugerindo, ao candidato, que não relegue para o amanhã o abandono das paixões, nem a procura da virtude, pois talvez não venha a ter mais tempo, já que o tempo é agora.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Arca da Aliança

(Em hebraico: ארון הברית aróhn hab·beríth; grego: kibotós tes diathékes") é descrita na Bíblia como o objeto em que as tábuas dos Dez mandamentos e outros objetos sagrados teriam sido guardadas, como também veículo de comunicação entre Deus e seu povo escolhido. Foi utilizada pelos hebreus até seu desaparecimento, que segundo especulações, ocorreu na conquista de Jerusalém por Nabucodonosor.

Segundo o livro do Êxodo, a montagem da Arca foi orientada por Moisés, que por instruções divinas indicou seu tamanho e forma. Foi construída de madeira de acácia e coberta com ouro, Nela foram guardadas as duas  tábuas de pedra sobre as quais Deus havia escrito os Dez Mandamentos. Também continha a vara de Arão, que tinha brotado e um pequeno pote de maná. A tampa da arca era chamada de propiciatório  e, acima dela, estava a glória do Senhor, ou Shekinah, irradiando entre os dois querubins cobridores, em cada extremidade da arca. Este era um símbolo da presença de Deus.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Colunas

Na Maçonaria usamos as Colunas de origem grega; a ordem Jônica que corresponde ao Venerável Mestre da Loja e que significa sabedoria. A ordem Dórica que corresponde ao Primeiro Vigilante e que representa a força. Por último, a ordem Coríntia que corresponde ao segundo Vigilante e representa a beleza.

Na porta do Templo estão colocadas duas Colunas efetivas que são chamadas B:. e J:. .
A primeira, B:., se localiza à esquerda e a segunda J:. à direita da entrada do Templo. As duas combinadas representam “Deus se estabelecerá em força” .